“Minha vontade agora é de gritar”, disse Mirtes, mãe do menino Miguel, após condenação de Sari
“Vou ficar satisfeita quando ela estiver atrás das grades”, disse em entrevista à Ronda JC
Mirtes Renata, mãe do menino Miguel Otávio, disse estar aliviada com a decisão judicial que condenou sua ex-patroa, Sarí Corte Real, a oito anos e seis meses de prisão pelo crime de abandono de incapaz. A decisão foi divulgada nesta terça-feira (31) pela 1ª Vara dos Crimes contra a Criança e o Adolescente do Recife.
“Minha vontade agora é de gritar”, disse em entrevista à coluna Ronda JC, quando soube da notícia. “Vou ficar satisfeita quando ela estiver atrás das grades”, completou.
Mirtes está em uma batalha judicial há quase dois anos. Diversos percalços durante o processo fizeram com que o caso não ganhasse celeridade. O caso, contudo, gerou repercussão nacional e diversos protestos em Recife e em todo o país.
“Queria que ela recorresse sentença presa. Mas só de saber que ela foi condenada, é muita coisa. Dá um certo alívio. Prova que o esforço está dando certo”, disse ao JC. Sari tem o direito de recorrer em liberdade, e, conforme o Código Penal, a suspensão condicional da pena é impossível, pois está acima de dois anos.
O menino Miguel Otávio da Silva, de 5 anos, estava sob cuidados de Sari quando morreu após cair do 9º andar de um prédio de luxo no Centro do Recife. Primeira-dama de Tamandaré, Sari havia abandonado Miguel sozinho no elevador antes do acidente. Ela chegou a ser presa em flagrante por homicídio culposo e pagou fiança de R$ 20 mil.
Segundo a nova sentença, “não há pedido algum a lhe autorizar a prisão preventiva, a sua presunção de inocência segue até trânsito em julgado da decisão sobre o caso nas instâncias superiores em face de recurso, caso ocorra”.