Milei, candidato extremista da Argentina, nega que houve 30 mil desaparecidos na ditadura no país
Milei ficou conhecido por causa das participações em talk shows e é deputado na câmara baixa do Congresso desde 2021
Na noite de domingo (01/10), o primeiro debate televisivo entre os candidatos à presidência da Argentina trouxe à tona uma intensa polarização política, com destaque para Javier Milei, um candidato de extrema-direita, que contestou números sensíveis da história do país. Milei afirmou durante o debate que o número de desaparecidos durante a ditadura militar argentina não era de 30 mil, como estimam organizações de direitos humanos, mas sim de 8.753. O discurso negacionista de Milei no Debate reproduziu os exatos argumentos do ex-ditador argentino Massera no julgamento da junta em 1985. Essa declaração provocou reações imediatas de familiares vítimas da ditadura militar.
A noite de debates, que também destacou a crise econômica da Argentina, trouxe à tona visões opostas sobre como abordar os problemas do país. Milei, conhecido por seu pensamento ultraliberal, defendeu a dolarização da economia e cortes extremos nos gastos públicos e acabar com o Banco Central do país, enquanto seu principal adversário, Sergio Massa, buscou promover uma abordagem mais centrada na coalizão governista, com investimentos em setores-chave.
Milei ficou conhecido por causa das participações em talk shows e é deputado na câmara baixa do Congresso desde 2021. Em 2017, lançou um programa de rádio batizado de “Derrubando Mitos” e começou a participar de programas do horário nobre da TV. Nas redes sociais, tem milhões de seguidores — só no Instagram são 2 milhões. Ele rifou seu salário como deputado, em um gesto de desprezo com os benefícios dos políticos.
É admirador dos ex-presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro. Amigo do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ligou para Bolsonaro quando ele foi derrotado por Lula (PT) nas eleições do ano passado para “felicitá-lo pelo excelente resultado” e não parabenizou o petista “muito menos o povo brasileiro”, segundo reportagem da revista Piauí, e destacado pelo UOL.
Sergio Massa, ministro da Economia, está empatado com 30% dentro da margem de erro com Javier Milei, que tem 27,9% das intenções de votos.