Conheça a atleta e as dificuldades em conciliar o trabalho como técnica de pesquisa em câncer infantil no Texas Children’s Hospital e a vida de atleta

Foto: Divulgação FIFA

Por ​​Aline Silva Braga

“Eu tenho uma paixão por ajudar pessoas. Felizmente, biologia é algo que eu sempre fui muito boa na escola, então medicina pareceu a opção correta. De novo, é apenas incrível conhecer essas crianças que eu estou ajudando a encontrar uma cura para seu câncer. Significa tudo para mim.”

Foi assim que, em entrevista para a FIFA, Michelle Chinwendu Alozie explicou como chegou aonde está.. A zagueira é bacharel em Biologia Molecular pela Universidade de Yale e equilibra sua carreira de jogadora de futebol com o trabalho de meio período como técnica de pesquisa de leucemia e câncer no hospital infantil do Texas.

Nascida em 28 de abril de 1997, na Califórnia, é filha de pais nigerianos e atribui a suas origens o fato de ter futebol no sangue desde criança. Ao se formar no ensino médio e ser aprovada em uma das faculdades mais renomadas dos Estados Unidos, Michelle se viu diante do desafio de balancear seu sonho de jogar bola com uma carreira na área da saúde.

Enquanto estudava, competiu pelo Yale Bulldogs, time da faculdade. Porém, no último ano, sofreu uma lesão de ligamento cruzado anterior que interrompeu sua carreira, mas não sua determinação. Completou os estudos na Universidade do Tennessee e voltou a jogar pelo Tennessee Volunteers.

Após uma curta experiência no BIIK Kazygurt, clube do Cazaquistão, retornou ao seu país de nascimento e conseguiu um contrato na principal liga profissional, a NWSL, e, hoje, joga pelo Houston Dash. Além da carreira em clubes, seu talento foi reconhecido pela Federação Nigeriana de Futebol, estreando pela seleção do país em junho de 2021.

Esta é a primeira Copa do Mundo de Alozie, e sua atuação foi impecável. Peça vital do elenco nigeriano, jogou, integralmente, todas as partidas e manteve a postura em um dos momentos mais revoltantes deste Mundial: quando a jogadora inglesa Lauren James pisou, covardemente, em suas costas, durante a partida válida pelas oitavas de final contra a Inglaterra.

Ontem (8 de agosto), Michelle e suas companheiras de seleção postaram uma declaração em protesto contra a Federação Nigeriana de Futebol referente ao tratamento dado às atletas durante a preparação para o Mundial e a falta de pagamento de premiações e viagens, desde 2021, conforme informado pela FIFPro (Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol).

Paixão, dedicação e determinação parecem ser palavras que descrevem não apenas Michelle, mas toda a seleção nigeriana, que participou tão bravamente desta Copa. Com uma campanha sólida (dois empates e uma vitória em cima da Austrália), as ‘Super Falcons’ caíram, nos pênaltis, na primeira fase das eliminatórias.

 Fontes: Business Day, FIFA, UOL

Texto produzido em cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube