Mbappé e mais de 160 atletas franceses se mobilizam contra extrema direita nas eleições na França
“Pedimos a todos que se mobilizem contra a ascensão da extrema direita”
Mais de 160 atletas franceses, incluindo o ex-tenista Yannick Noah, assinaram uma coluna de opinião publicada no jornal L’Équipe, pedindo votos contra a extrema direita nas próximas eleições legislativas antecipadas, marcadas para os dias 30 de junho e 7 de julho.
O texto destaca que a extrema direita “explora as diferenças e manipula nossos medos para dividir” e apela para que a população não se esqueça das “lições do passado”, mencionando o nazismo e o antissemitismo.
Os atletas reforçam a crença de que o partido Reunião Nacional, atualmente favorito nas legislativas francesas, continua a se alimentar do racismo e da xenofobia. “Pedimos a todos que se mobilizem contra a ascensão da extrema direita”, concluem.
Na véspera do jogo contra a Áustria, que aconteceu nesta segunda-feira (17) em Düsseldorf, o capitão da seleção francesa, Kylian Mbappé, fez um apelo significativo durante uma coletiva de imprensa. Às 21h (horário local, 16h em Brasília), os olhos estavam voltados para o campo, mas Mbappé quis garantir que a atenção dos jovens franceses também estivesse nas urnas.
“Estamos em um momento crucial da história do nosso país. Precisamos saber colocar as coisas em perspectiva e ter senso de prioridade”, destacou Mbappé. Ele enfatizou que a situação na França é mais importante do que o jogo de estreia na Eurocopa. “Não podemos nos desconectar do mundo, muito menos quando se trata do nosso país. Podemos fazer diferença. Os extremos podem chegar ao poder, mas temos valores de diversidade, tolerância e respeito. Cada voz conta e isso não deve ser negligenciado. Espero que façamos uma boa escolha e que ainda tenhamos orgulho de vestir a camisa da seleção francesa no dia 7 de julho”, declarou.
Mbappé também expressou sua oposição aos extremos e ideias que dividem, defendendo, em vez disso, ideias que unam as pessoas, baseadas em respeito e tolerância. A Federação Francesa de Futebol (FFF) reagiu rapidamente, pedindo que a neutralidade da seleção seja compreendida e respeitada por todos.
O técnico da seleção, Didier Deschamps, preferiu não comentar diretamente as declarações de Mbappé, afirmando que seus jogadores, além de atletas, são cidadãos com suas próprias opiniões e sensibilidades.