Mauro Cid vai confessar que vendeu joias a mando de Bolsonaro, diz advogado
Segundo fontes, Cid chegou a essa decisão devido à acumulação de evidências reunidas pela Polícia Federal ao longo das investigações
Segundo fontes, Cid chegou a essa decisão devido à acumulação de evidências reunidas pela Polícia Federal ao longo das investigações
O tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), rompeu o silêncio após meses de detenção e admitiu sua cumplicidade nos crimes sob investigação pela Polícia Federal (PF).
A revista Veja revelou na quinta-feira (17), horas após o depoimento hacker Walter Delgatti à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro, que Cid planeja confessar às autoridades que suas ações foram orientadas por ordens diretas do então líder no notório caso das joias, Jair Messias Bolsonaro. O esquema chegou a movimentar R$ 1 milhão, de acordo com a PF.
Segundo fontes, Cid chegou a essa decisão devido à acumulação de evidências reunidas pela PF ao longo das investigações. O advogado de defesa de Cid, Cezar Bitencourt, confirmou a decisão de seu cliente em admitir a participação nos delitos.
Conforme a defesa, o tenente-coronel se dispõe a detalhar seu envolvimento na venda de joias nos Estados Unidos, que foram originalmente presenteadas a Bolsonaro por governos estrangeiros. Além disso, ele irá reconhecer ter participado na transferência dos recursos para o Brasil e na entrega do montante em dinheiro ao próprio Bolsonaro, visando encobrir quaisquer trilhas suspeitas.
A notícia chega em um momento delicado para o ex-presidente, pois também veio à tona recentemente o depoimento de Delgatti, que alegou que Bolsonaro teria tentado obter vantagens ao questionar a integridade das urnas eletrônicas.
Segundo Delgatti, o ex-presidente ofereceu indulto presidencial para que ele invadisse às urnas e provasse sua teoria de que são inseguras. Delgatti também citou que Bolsonaro pediu para que ele assumisse a autoria de um grampo contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Caso o depoimento de Cid incriminando Bolsonaro aconteça, a investigação poderá pedir a apreensão do passaporte de Bolsonaro. Essa medida acontece para evitar a fuga do ex-mandatário para países com leis contra deportação imediata.