Marta e Sinclair: a despedida das lendas que mudaram a história, 20 anos após estrearem em Copas
Marta e Sinclair se despediram das Copas do Mundo, em 2023. Vinte anos antes elas estreavam na competição e construíram um legado enorme, fundamental para o crescimento do futebol feminino e para o surgimento da geração atual.
Por Patrick Simão / Além da Arena
A Copa do Mundo de 2023 marca uma ruptura entre gerações e encerra a sua 1ª fase com o triste e emocionante adeus de Marta e Sinclair.
A brasileira e a canadense disputaram suas primeiras Copas em 2003 e se despedem 20 anos depois com o futebol feminino muito mais estruturado. A evolução de duas décadas tem enorme influência de nomes como Marta, Sinclair e Rapinoe – que também se despedirá neste Mundial.
Em 2003, Marta e Sinclair estrearam se destacando, ainda muito jovens. Ambas fizeram 3 gols, com o Brasil chegando às quartas e o Canadá sendo semifinalista pela 1ª vez. Em 2007, Marta levou o Brasil a uma histórica final de Copa, mudando o patamar do futebol feminino nacional. Com 7 gols, se consolidou a melhor jogadora do mundo, prêmio que venceu 5x seguidas entre 2006 e 2010, e em 2018.
Em 2011 o Brasil caiu nos detalhes para os EUA, nas quartas. Sinclair, por sua vez, vinha de duas quedas na primeira fase, mas mudaria o patamar da Seleção canadense. Em 2015, o Canadá chegou às quartas e o Brasil parou nas oitavas e, em 2019, ambas as Seleções se despediram nas oitavas. Em 2021, Sinclair conquistou o inédito ouro olímpico para o Canadá, enquanto Marta obteve duas pratas em 2004 e 2008.
Marta se despediu como a maior artilheira da história das Copas, com 17 gols. Ela é a maior artilheira da história da Seleção Brasileira, com 119 gols em 183 jogos. Christine Sinclair, por sua vez, é a maior artilheira de uma Seleção na história, com 190 gols pelo Canadá.
Voltando 20 anos no tempo, vemos enorme evolução de estrutura, investimento, patrocínio, apoio e mobilização no futebol feminino. Hoje, mais garotas têm oportunidades na base e em seus países. Elas têm uma referência em quem se inspiram e veem que é possível seguir o mesmo caminho. Apesar do estigma ainda grande, há uma margem muito maior para as mulheres no futebol.
Nomes como Marta, Sinclair, Rapinoe, Cristiane, Formiga, Alex Morgan e Birgit Prinz são alguns exemplos e referências primordiais deste processo. A foto abaixo representa o crescimento do futebol feminino. Marta e Sinclair se despediram, mas o legado que vemos nesta foto é eterno e constante.