Mais sushi e menos coxinha? Entenda o humor do Brasil ser freguês do Japão nas Olimpíadas
Uma ponte para relacionar o humor dos comentários com a rivalidade entre os países nos jogos nas disputas olímpicas.
Por: Alex Fravoline
Os Jogos Olímpicos promovem a união entre as nações e o espírito competitivo de atletas e torcedores. No entanto, parece que o Brasil não está lidando bem com as derrotas consecutivas para o Japão. Embora mencionemos uma “guerra”, tudo não passa de uma brincadeira para aliviar a frustração, com uma pitada de acidez mais forte que caipirinha.
E isso aconteceu só pelas derrotas? Na verdade, as derrotas consecutivas para o Japão deixaram muitos brasileiros intrigados. Até o momento, foram oito derrotas em diversas modalidades, quatro delas na disputa pelo pódio. Além disso, o Brasil sofreu resultados negativos nas fases preliminares contra os japoneses.
O clima de rivalidade gerou humor entre os brasileiros: de comentários sobre vingança pelo sushi “abrasileirado” a reações de empresas, que entraram na brincadeira. Após a vitória do skatista japonês Yuto Horigome contra o brasileiro Kelvin Hoefler, o perfil da Netflix Brasil começou uma nova moda de “romper relações” com suas filiais japonesas. Outras empresas seguiram a onda, e até o perfil do Comitê Olímpico Brasileiro expressou sua “indignação” bloqueando o comitê japonês.
Brasil acorda e decide parar de comer poeira; ou “comer sushi”
Embalados pelos memes, os brasileiros se surpreenderam positivamente no surfe. Gabriel Medina foi protagonista em uma reviravolta esperada pela torcida, deixando o japonês Kanoa Igarashi para trás em Teahupoo, no Taiti, gerando diversas opiniões sobre o início da “revanche” na rivalidade, e um comentário em português do próprio Igarashi na postagem de Medina. O tiro com arco individual masculino também não desapontou: Marcus D’Almeida venceu o japonês Fumiya Saito por 7 a 1. Na ginástica artística por equipes, realizada na terça-feira, 30, enquanto o país todo vibrava pela medalha de bronze, a equipe japonesa amargou o último lugar, em oitavo. A expectativa de mais viradas gira em torno de outras modalidades em que as duas seleções irão se enfrentar, como no vôlei feminino desta quinta-feira, 01.
Enquanto o último confronto entre os países ainda é imprevisível, é difícil pensar se houve alguma edição com um choque tão grande. O primeiro embate Brasil-Japão nos Jogos aconteceu no boxe, durante as Olimpíadas de 1952 em Helsinque, Finlândia. O brasileiro Pedro Galasso enfrentou Toshihito Ishimaru na primeira fase e conseguiu a vitória por 3-0, porém foi eliminado na etapa seguinte por um polonês. Setenta e dois anos depois, ninguém imaginaria que uma disputa rápida entre os dois países se transformasse em uma rivalidade mais acirrada do que nunca, para os brasileiros. Para o Japão, que chegou forte e temido em Paris, a luta é se manter no pódio de medalhas olímpicas. Até o fechamento desta matéria, o país asiático segue com sete medalhas, das quais quatro são de ouro. Mais do que enxergar uma inimizade, os atletas japoneses merecem nossa admiração e reconhecimento por suas vitórias. Não dá para imaginar como seriam os Jogos Olímpicos de Paris sem o Japão, mas se o país não participasse em algum mundo paralelo, talvez o Brasil estivesse mais feliz nestas Olimpíadas, ou não.