Enquanto a comunidade científica não vê a variante Éris como uma ameaça iminente, alerta-se que um relaxamento nas medidas preventivas poderia resultar em complicações

Variante Éris é mais contagiosa, porém não demonstrou maior gravidade – Foto: Polina Tankilevitch

Uma nova cepa do vírus SARS-CoV-2, batizada de EG5.1 e apelidada de Éris, surgiu no Brasil em meados de agosto, levantando preocupações entre a população. No entanto, especialistas tranquilizam ao afirmar que, apesar de sua alta taxa de transmissibilidade, a mutação não parece representar um perigo iminente para a maioria das pessoas. Indivíduos que já tiveram Covid-19 ou receberam a vacina estão em parte protegidos, conforme explica o virologista Benedito Lopes da Fonseca, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP.

Embora o Éris tenha causado um aumento nos casos e nas internações desde sua identificação, a gravidade dos sintomas não se diferencia significativamente de outras variantes conhecidas. Os sintomas também são semelhantes à variante Ômicron original, incluindo febre, dores pelo corpo e nariz escorrendo. “Até o momento, não observamos um aumento acentuado na gravidade”, afirma Fonseca, acrescentando que a nova variante apresenta uma mutação que a torna altamente transmissível, mesmo em indivíduos previamente infectados ou vacinados.

Enquanto a comunidade científica não vê a variante Éris como uma ameaça iminente, alerta-se que um relaxamento nas medidas preventivas poderia resultar em complicações. Os idosos e os imunocomprometidos são particularmente vulneráveis a essa nova cepa. “Se não conseguirmos conter a disseminação da variante, poderemos enfrentar casos mais graves”, ressalta Fonseca. Diante disso, a importância da vacinação é reiterada. Embora ainda não haja uma vacina específica para a Éris, espera-se que uma versão voltada para sua variante ancestral esteja disponível em breve, reforçando a importância da imunização para reduzir a propagação, casos graves e mortalidade.

*Com informações do Jornal da USP