O bombardeio israelense do último domingo (26), em Rafah, matou 45 palestinos, mais da metade deles crianças, mulheres e idosos. Líderes globais expressaram horror com as cenas de pessoas carbonizadas em uma “zona humanitária” designada, onde famílias deslocadas pelo conflito em outras partes de Gaza buscaram abrigo. O governo brasileiro condenou os ataques.

Hoje (28), testemunhas relataram que tanques israelenses avançaram para o centro de Rafah pela primeira vez, três semanas após o início de uma ofensiva terrestre na cidade do sul de Gaza que tem provocado condenação global devido ao alto número de vítimas civis.

Tanques e veículos blindados montados com metralhadoras foram avistados perto da mesquita Al-Awda, um marco central de Rafah, segundo informaram testemunhas à Reuters. O exército israelense confirmou que suas forças continuaram a operar na área de Rafah, sem comentar sobre os avanços reportados no centro da cidade.

Em um movimento aparentemente voltado a conter a violência, Espanha, Irlanda e Noruega reconheceram oficialmente o Estado Palestino na terça-feira. Os três países esperam que sua decisão acelere os esforços para garantir um cessar-fogo na guerra de Israel contra militantes do Hamas, que já dura oito meses e reduziu grande parte do território densamente povoado a escombros.

Cerca de um milhão de pessoas, muitas delas repetidamente deslocadas pelas ondas de violência, fugiram da ofensiva israelense em Rafah desde o início de maio, informou a agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA).

Nos últimos dias, tanques israelenses avançaram em direção aos bairros ocidentais e assumiram posições na colina de Zurub, no oeste de Rafah. Na terça-feira (27), testemunhas relataram tiroteios entre tropas israelenses e combatentes liderados pelo Hamas na área de Zurub, de acordo com a Al Jazeera.

Israel manteve os ataques apesar da decisão da Corte Internacional de Justiça na sexta-feira (24) ordenando sua suspensão.

Mais de 36.000 palestinos foram mortos na ofensiva israelense, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Israel iniciou sua guerra aérea e terrestre após militantes liderados pelo Hamas atacarem comunidades do sul de Israel em 7 de outubro, matando cerca de 1.200 pessoas e capturando mais de 250 reféns, segundo contagens israelenses.

Desde o ataque de domingo (26) no campo de tendas, pelo menos mais 26 pessoas foram mortas em bombardeios israelenses em Rafah.