Maior ocupação urbana do interior de SP luta contra reintegração de posse
Moradores da Comunidade Renascer, de Piracicaba (SP), estiveram nas ruas da cidade neste final de semana para alertar população sobre o perigo de perder sua única moradia.
Texto via @comunidaderenascerpiracicaba
Moradores da Comunidade Renascer, de Piracicaba (SP), estiveram nas ruas da cidade neste final de semana para alertar população sobre o perigo de perder sua única moradia. A Comunidade Renascer é uma ocupação urbana de 400 famílias, localizada na zona oeste de Piracicaba, próxima ao Parque dos Sabiás. É atualmente a maior ocupação urbana do interior do estado de São Paulo, em uma área que antes não cumpria sua função social prevista em lei.
A comunidade está enfrentando diversos processos de grupos econômicos dominantes de Piracicaba. Um dos autores de processos de reintegração tem um patrimônio avaliado em cerca de 500 milhões distribuído em empreendimentos diversos.
Estes ataques ocorrem num momento político grave em que o governo federal vetou o impedimento de ações de despejo durante a pandemia, ação que abriu um sinal verde para ações cada vez mais agressivas tanto do Estado quanto dos grupos econômicos que este representa.
Mais de 30 milhões de pessoas ou 6,35 milhões de famílias não têm uma casa para morar no Brasil. Ao mesmo tempo, existem 6,89 milhões de domicílios sem uso social, em condição de serem ocupados. Basta andar pelos bairros para ver a quantidade de casas e apartamentos com as placas “aluga-se” e muitos lotes vazios nos bairros periféricos. Somente em Piracicaba, são mais de 40 mil lotes vazios!
Ocupar um terreno vazio sem função social é uma forma de defender a habitação como direito e uma revolta contra lógica da moradia como mercadoria, pela qual os trabalhadores mais pobres não podem pagar.