Em um caso que levanta questões sobre racismo e discriminação no esporte, a lutadora de MMA Núbia Nascimento da Silva da Costa foi desclassificada e impedida de competir em um torneio de artes marciais realizado no Estádio Municipal de Angra dos Reis. O motivo? Seu penteado afro, que foi considerado “fora dos padrões” pelo juiz do evento.

Núbia, com uma década de carreira no MMA e um histórico de oito vitórias, oito empates e apenas uma derrota, estava prestes a competir quando, já dentro do octógono e diante de sua oponente, foi informada que seu cabelo não estava em conformidade com o regulamento do torneio. O episódio foi ainda mais chocante considerando que a atleta já havia passado por duas vistorias dos juízes do evento, sem qualquer menção ao seu penteado.

A decisão de desclassificar Núbia gerou indignação imediata, tanto da lutadora quanto dos espectadores e comentaristas presentes. Sentindo-se profundamente frustrada e discriminada, Núbia decidiu buscar justiça.

Ela entrou com uma ação judicial contra a Entidade de Prática de Artes Marciais Mistas do Brasil (CABMMA), que organizou o torneio. A Terceira Câmara de Direito Privado condenou a entidade a pagar R$ 15 mil à lutadora como indenização. A corte reconheceu o impacto da frustração sofrida por Núbia, que havia se preparado intensamente para a competição.

A decisão judicial foi vista como um passo importante na luta contra a discriminação racial e de gênero no esporte. “Não foi apenas uma vitória minha, mas de todas as atletas negras que enfrentam esse tipo de preconceito”, declarou Núbia após o julgamento.

*Com informações da Coluna Anselmo Goés no O Globo