O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mandou suspender a apresentação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição para bater o martelo só depois de um diálogo com o Congresso. O petista viaja nesta terça-feira (8) para Brasília para iniciar as negociações e quer apostar no diálogo político antes de fechar o número do gasto extra no Orçamento.

A equipe de transição, coordenada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, calcula que o gasto extra no orçamento será de R$ 170 bilhões a R$ 175 bilhões em 2023. Os valores foram apresentados a Lula em reunião em São Paulo nesta segunda-feira (7). O objetivo da equipe é viabilizar acordos para garantir o Bolsa Família de R$ 600 em janeiro e o reajuste real no salário mínimo, entre outros programas como o reajuste da Farmácia Popular e merenda escolar.

Com a apresentação da PEC da Transição em “suspenso” à espera dos acordos políticos, o texto deve ser finalizado só amanhã. A prioridade é garantir o espaço no Orçamento para Lula começar a governar.

O acordo passa pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com quem Lula deve conversar em Brasília nesta semana. O plano de construir a PEC com o Congresso exigirá uma negociação com o centrão que mantenha o deputado no comando da Câmara, o que não agrada boa parte da ala petista.

Críticos da PEC ainda defendem a abertura de um crédito extraordinário para garantir as despesas mais urgentes e evitar que Lula fique refém do Congresso.

Há ainda um plano C apresentado a Lula: manter o Bolsa Família em R$ 600 com o Orçamento atual, e pedir um crédito adicional ao Congresso quando o dinheiro acabar, no meio do ano, por meio de um projeto de lei

Boulos na equipe de transição

O deputado eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP) integrará a equipe de transição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e deve assumir assuntos relacionados a Cidades e Habitação. A única vaga reservada para o PSOL também terá o presidente da legenda, Juliano Medeiros. O posto é designado para a federação PSOL-Rede, que tera como representante o porta-voz da Rede, Wesley Diógenes.

Alckmin foi escolhido pelo presidente Lula como o coordenador da equipe de transição, responsável por analisar as contas públicas e preparar as primeiras medidas do governo a partir de 2023.

Com informações do jornal O Estado de S. Paulo

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