Lula faz pronunciamento histórico na COP 27 e promete cobrar países ricos
“É tempo de agir. Não temos tempo a perder”, afirmou presidente eleito durante painel na COP
Por Teca Curio para cobertura especial NINJA na COP 27.
O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva fez um pronunciamento histórico e potente no painel oficial da COP 27, uma fala de esperança e solidariedade.
Lula começou dizendo que o convite para estar na Conferência não foi feito a ele e sim ao Brasil e vê que o mundo tem saudades do Brasil. “Estamos de volta”, afirmou.
A fala do presidente foi forte cobrando posicionamento da ONU e dos países desenvolvidos para que cumpram acordos feitos na COP 15 e reforçando que o Brasil está de volta para fazer esse papel de cobrar que os acordos saiam do papel.
“Em 2009, os países presentes à COP 15 em Copenhague comprometeram-se em mobilizar 100 bilhões de dólares por ano, a partir de 2020, para ajudar os países menos desenvolvidos a enfrentarem a mudança climática. Este compromisso não foi e não está sendo cumprido.”
Segundo Lula, o Brasil passou por uma das mais difíceis eleições, mas que o povo escolheu a democracia e seu governo está comprometido com a segurança climática. Lembrou ainda que entre 2004 e 2013 o Brasil diminuiu em 83% o desmatamento da Amazônia e agora pretende retomar as políticas de preservação.
A fala de Lula emocionou o público presente e, em muitos momentos, ele foi interrompido por aplausos e gritos de apoio e de solidariedade. A paz entre os povos e o combate à fome foram pontos altos do pronunciamento.
Lula reforçou o compromisso com a construção de um mundo mais justo e solidário para encontrar uma solução sustentável para combater o avanço das mudanças climáticas.
“Estou hoje aqui para dizer que o Brasil está pronto para se juntar novamente aos esforços para a construção de um planeta mais saudável. De um mundo mais justo, capaz de acolher com dignidade a totalidade de seus habitantes – e não apenas uma minoria privilegiada.”
Fechando seu discurso, Lula se comprometeu com uma gestão do mais alto perfil de estrutura para pensar em ações que combatam as crises climáticas, em retomar e fortalecer os órgãos de fiscalização e monitoramento, sucateados durante o atual governo, punindo atividades ilegais, como garimpos e madeireiros ilegais.
Ainda anunciou a criação do Ministério dos Povos Originários, e que esses serão os protagonistas da preservação da Amazônia e dos biomas brasileiros. Ao fim, o presidente ainda fez um pedido para que a COP 30 seja sediada no Brasil e já anunciou que vai fazer todos os esforços para que a região Amazônica receba a Conferência.