A 1ª Câmara Especial Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) condenou o empresário Luciano Hang por difamação e injúria contra o arquiteto Humberto Tadeu Hickel. Hang foi considerado culpado por chamar Hickel de “esquerdopata” e sugerir que ele “vá para Cuba” em um vídeo nas redes sociais, após o arquiteto liderar uma campanha contra a instalação de uma estátua da liberdade próxima a uma nova filial da Havan em Canela.

A pena imposta ao empresário bolsonarista inclui 1 ano e 4 meses em regime aberto, além de 4 meses de detenção convertidos em duas penas restritivas de direitos, com prestação de serviços à comunidade e pagamento de multa.

Humberto Hickel relatou que o vídeo resultou em xingamentos, ameaças e um impacto negativo em sua saúde e rotina, obrigando-o a mudar seus hábitos e evitar sair com seus netos em Canela. Por outro lado, Luciano Hang expressou insatisfação com a condenação, alegando que o Brasil é um país perigoso para empreendedores e que o processo foi impulsionado por ideologias ultrapassadas.

Inicialmente, a juíza Simone Ribeiro Chalela de Canela havia julgado o caso improcedente, com o apoio do Ministério Público, considerando as declarações de Hang como parte de um debate político. No entanto, o TJRS reavaliou o caso e, por maioria, decidiu pela condenação de Hang, ressaltando a responsabilidade em manifestações públicas.

Os advogados de Hickel celebraram a decisão como um restabelecimento da honra do arquiteto e uma mensagem clara contra o discurso de ódio. O conflito começou quando Hickel liderou um abaixo-assinado contra a instalação da Estátua da Liberdade em Canela, argumentando que o símbolo era inadequado à cultura local, provocando a reação pública de Hang.