Por Emergentes

Uma mulher de 24 anos morreu hoje depois de entrar no hospital no domingo à noite em urgência, em consequência de um aborto ilegal. A verdadeira identidade da jovem não foi divulgada para preservá-la e por esse motivo, seu nome fictício é  “Liz”.

A mulher tinha dois filhos e no fim de semana realizou um aborto inseguro no Conurbano. Ela foi primeiro transferida para um hospital em San Martín e depois transferida para cuidados intensivos no Hospital Geral de Pacheco, onde morreu na manhã de terça-feira (14).

Segundo dados oficiais, 50 mil mulheres e pessoas grávidas são internadas em hospitais públicos todos os anos porque abortam de maneira insegura na clandestinidade. Estima-se que 29 mil abortos são realizados por mês, 985 por dia e 41 por hora. Uma dessas interrupções voluntárias de gravidez foi a de Liz, a quem o Estado virou as costas e hoje sua vida está em risco.

A Rede de Profissionais de Saúde pelo Direito de Decidir, publicou uma declaração quando souberam da situação:

“Hoje nós tivemos conhecimento da situação de uma mulher que deu entrada em estado de saúde grave em um hospital provincial. Ela está hospitalizada lutando por sua vida”.

Também apontam diretamente para a mais autoridade máxima da província, Maria Eugenia Vidal (PRO), que se pronunciou contra o direito ao aborto seguro:

“a clandestinidade é isto, governadora, é o que esta mulher e sua família estão vivendo.”

Após a rejeição do Senado à meia sanção dos deputados da Lei de Interrupção Voluntária da Gravidez, a Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito publicou também uma declaração em que culpa o Executivo Nacional e aos 40 senadores e senadoras, membros do Poder Legislativo, por “todas as mulheres mortas e todas as presas por abortar”, uma vez que “se abstiveram ou votaram contra o nosso direito à vida, à saúde e ao reconhecimento da nossa dignidade”. A partir da Campanha, eles disseram:

“Pouco importamos, nós, as esquecidas: aquelas que abortam com riscos, aquelas que vão presas e vivem clandestinamente pela vida”.