A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vive um momento crítico desde terça-feira, 12 de novembro. Técnicos da Light iniciaram o corte de energia em diversas unidades da instituição, incluindo faculdades, alojamentos estudantis e até mesmo setores fundamentais para o funcionamento da universidade.

Apesar das tentativas de negociação desde junho deste ano, a Light decidiu pela interrupção do fornecimento de energia em vários departamentos, alegando que manteve o atendimento em unidades essenciais, como serviços de saúde e segurança. A dívida acumulada é de aproximadamente R$ 35 milhões. No entanto, a medida afeta profundamente o dia a dia de milhares de estudantes e funcionários da universidade.

“Inacreditável o que vivemos nesta terça-feira, dia 12/11. A Light tentou cortar a luz do alojamento dos estudantes, do restaurante universitário, das vias públicas, do prédio da reitoria colocando em risco toda a comunidade universitária! Não cortaram por força de intervenção do Procurador da UFRJ e do Reitor!”, disse Ivana Bentes, a pró-reitora da UFRJ.

Uma das maiores preocupações manifestadas pelo reitor Roberto Medronho é o risco de que o Museu Nacional seja impactado. O museu, que já sofreu um trágico incêndio em 2018, abriga atualmente o valioso Manto Tupinambá, artefato indígena que retornou ao Brasil em setembro após séculos na Dinamarca. Este item está conservado em uma sala com temperatura controlada, cujo sistema de climatização depende do fornecimento contínuo de energia elétrica. A preservação de um patrimônio tão importante corre sério risco em meio a este corte.

Abaixo, as unidades da UFRJ onde a Light já interrompeu ou planeja interromper o fornecimento de energia:

∙ Faculdade de Urbanismo e Escola de Belas Artes: Salas de aula, laboratórios de pesquisa e ateliês;
∙ Restaurante Universitário: Fornece alimentação diária para estudantes;
∙ Alojamento Estudantil: Residência para alunos de baixa renda;
∙ Iluminação Pública e Câmeras de Monitoramento: Afetando diretamente a segurança do campus;
∙ Prefeitura Universitária: Responsável pela manutenção dos serviços internos;
∙ Reitoria: Centro administrativo da universidade;
∙ Museu Nacional: Com preocupação especial pela preservação de itens históricos.
∙ A Reação da Comunidade Acadêmica

A crise atual ressalta a falta de suplementação orçamentária adequada pelo governo federal, o que está colocando em risco a operação da maior universidade pública do Brasil.

A comunidade acadêmica clama por uma resposta urgente das autoridades, incluindo o Ministro da Educação, Camilo Santana, e o próprio presidente Lula, para evitar o apagão total de uma instituição que é um pilar no ensino, pesquisa e extensão no país. É fundamental que o governo reveja sua política de financiamento das universidades públicas para impedir que situações como essa se tornem recorrentes.

Foto:Reprodução

Mobilização e Protesto
Diante desse cenário alarmante, estudantes, professores e funcionários da UFRJ estão se mobilizando para protestar contra a falta de repasses orçamentários que levou a essa situação. A UFRJ, que acaba de ser reconhecida novamente entre as melhores universidades da América Latina pela Times Higher Education, não pode ser penalizada por uma crise financeira que ameaça seu funcionamento básico e sua excelência acadêmica.