Liderança negra e nordestina do MTST, Ediane Maria disputa vaga na ALESP
Mulher preta, periférica e LGBT, Ediane Maria é candidata a deputada estadual pelo PSOL em SP
Mulher preta, periférica e LGBT, Ediane Maria coordena um dos maiores movimentos ativistas urbanos e entrou na disputa por uma vaga de deputada estadual pelo PSOL em São Paulo. Ediane é o nome do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) na campanha estadual por mais representatividade na Assembleia Legislativa do Estado.
“Não dá mais pra você ficar numa sociedade, onde você tem 94 deputados, 18 são mulheres, 32 bilionários e 5 negros”, disse, referindo-se à Alesp. “Quando me veem como candidata, falam: ‘Meu Deus’”.
Ediane afirma que é um dos efeitos de uma grande mudança de mentalidade política que estimulou cada vez mais mulheres negras a disputam os espaços de poder institucional. “A gente está transformando a política fazendo com que ela seja acessível. A política não é um lugar sujo. Falaram pra gente que é sujo, que não tínhamos o direito de entrar, que a política é um saco de cimento, uma telha que eles iam dar na época da eleição, de 4 em 4 anos, pegando nosso voto”, disse. “Hoje a gente fala, ‘não, eu quero ocupar esse lugar também'”.
“Eu também quero ocupar, quero fazer política, eu que também sofro, eu que estou passando fome, que estou desempregada, que preciso ter direito à cidade”.
Ediane é mãe solo de quatro filhos e veio do sertão de Pernambuco para o estado de São Paulo, quando tinha 18 anos. Na grande cidade, encontrou o trabalho doméstico, o quarto da empregada e, como ela própria afirma, uma invisibilidade que a fez entender como mulher negra. Para ela, essa travessia do Nordeste a São Paulo se compara, em questões de experiências de vida, à sua entrada no MTST em setembro de 2017.
“Foi uma travessia porque mudou. De fato foi um lugar que atravessou, que mudou minha realidade, minha perspectiva. Ninguém entra numa ocupação porque ela quer morar debaixo de uma barraca de lona. A gente entra pra fazer uma denúncia de um terreno que está abandonado sem cumprir uma função social”, afirma.
Campanha de Mulher
Esta entrevista faz parte da Campanha de Mulher, projeto autônomo de visibilidade para candidaturas feministas da ELLA – Rede Internacional de Feminismos.
A Campanha de Mulher é um trabalho informativo voltado ao interesse público, não configurando assim uma propaganda eleitoral. Reafirmamos nosso comprometimento com a defesa da democracia e com as pautas defendidas pelas candidaturas progressistas.
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