Por Gabriela Puchineli

Giros de cabeça para baixo, movimentos ousados e o gingado de hip hop na praça de São Braz, em Belém, no Pará, faziam brilhar os olhos de Leony Pinheiro (@leonypinheiro), que, aos 12 anos, já havia escolhido o que fazer pelo resto da vida. Hoje, Considerado um dos nomes de peso do breaking no Brasil, o paraense de 26 faz bonito levando a mistura do hip hop com gêneros musicais do norte do país mundo afora.

Natural de Ananindeua, na Grande Belém, Leony Pinheiro cresceu no bairro do 40 Horas e, quando conheceu o breaking, em 2008, o jovem fazia um bico como reparador de bicicletas e tinha como hobby o karatê e o futebol. Até que, um dia, foi até a praça em que o pessoal ensaiava movimentos de breaking e pediu que o ensinassem alguns passos.

“Eu já peguei os movimentos na mesma hora. O cara ficou impressionado pela facilidade. Aí já viu, né? Já estava completamente apaixonado e decidi que era isso que eu faria a partir daquele momento”, disse à revista Trip.

No início, Leony desenvolveu sua dança apenas na base da perseverança e apoio dos amigos. A partir de 2010, ele entrou na escolinha de breaking do Projeto Social Curumin, comprou os tênis necessários e até trocou de colégio para conseguir combinar com os horários de treinos de breaking. Hoje, ele dá aulas para crianças no projeto gratuitamente, treina pesado três vezes por semana e faz trabalho físico e mental nos dias restantes.

Campeão nacional do Red Bull BC One em 2013, quando tinha só 17 anos, o B-Boy também levou os títulos em 2016, 2017, 2022 e 2023. Leony, o “sempre b-boy e as vezes atleta”, como diz no seu instagram, gosta de levar personalidade às suas apresentações. Ele traz conceitos do tecnobrega e do carimbó para o breaking, além de ter buscado inspiração em danças indígenas, como fez ao visitar uma aldeia em Paragominas, no sul do Pará.

O breaking é um estilo de dança de rua criado na década de 1970, no Bronx, em Nova York, nos Estados Unidos, por comunidades negras e latino-americanas. É um dos pilares da cultura hip hop, junto com o rap e o grafite. Caracteriza-se pelos movimentos acrobáticos, pelo footwork estilizado e pelo papel fundamental do DJ e do MC (mestre de cerimônias) durante as batalhas.