Laboratório reduziu rigor em testes de HIV para aumentar lucro, diz polícia
Novos mandados de prisão estão sendo considerados à medida que a investigação avança
A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) revelou, em coletiva realizada nesta segunda-feira (14), que a infecção por HIV em pacientes transplantados foi causada por uma falha operacional em testes diagnósticos, resultado de práticas ilegais de uma empresa contratada. O secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, destacou que as investigações indicam que houve uma manipulação nos protocolos de checagem de reagentes, visando o lucro em detrimento da segurança dos pacientes.
A investigação começou após a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) solicitar apurações sobre os casos, que surgiram na última semana. De acordo com os delegados, a alteração nos testes, que deveriam ser realizados diariamente, passou a ocorrer semanalmente, comprometendo a integridade dos resultados. Como consequência, pelo menos seis pacientes foram infectados após receber órgãos de doadores.
Em resposta à gravidade da situação, a Delegacia do Consumidor executou uma operação que resultou na prisão de dois sócios do laboratório PCS Lab Saleme e de um técnico responsável pelos exames. Novos mandados de prisão estão sendo considerados à medida que a investigação avança. A polícia informou que está revisando cerca de 300 testes adicionais, garantindo que todos os doadores sejam reavaliados para evitar mais infecções.
A SES-RJ suspendeu o contrato com o laboratório, que estava ativo desde dezembro de 2023, e determinou que novos testes sejam realizados exclusivamente pelo Hemorio. O Ministério da Saúde também interveio, solicitando a interdição do laboratório