Por Talita Affonso Gaspar, para Cobertura Colaborativa Paris 2024

Que a natação norte-americana é uma potência mundial, ninguém duvida. Afinal, os maiores medalhistas olímpicos vieram de lá. Lendas como Mark Spitz, Matt Biondi e Michael Phelps são considerados heróis nacionais. 

Mesmo os mais jovens, pelo menos que gostam de natação, já viram fotos antológicas de Mark Spitz nadando borboleta sem touca e nem óculos. Era outra época, e ainda assim ele conquistou sete medalhas de ouro nas Olimpíadas de Munique em 1972.

Foto: Allsports/ Tony Duffy

Já nos anos 80, surgiu o nadador Matt Biondi, conquistando cinco medalhas de ouro em Seul, 1988.

Foto: Porter Binks, USA Today

Há pouco tempo, vimos um novo fenômeno das piscinas: Michael Phelps. Ele bateu o recorde de Mark Spitz, vencendo oito medalhas de ouro em uma única edição, em Pequim 2008.

Foto: Reprodução/Twitter

Já nas Olimpíadas de Paris, os olhos voltam para Caeleb Dressel, dono de cinco ouros em Tóquio, um afastamento por conta da saúde mental e a volta às piscinas fazem dele uma atração à parte. Será?

Na verdade, a grande sensação da natação em 2024 é uma mulher, Katie Ledecky. A estadunidense veio para a consagração da natação feminina mundial. Dona de 9 medalhas de ouro em olimpíadas, ela só fica atrás de Michael Phelps. Se iguala a nomes como Mark Spitz, Carl Lewis e o lendário Paavo Nurmi do atletismo. 

Em Paris, ela conseguiu grandes feitos ao se tornar tetra campeã dos 800 metros livre e está invicta há 14 anos nessa prova, igualando a marca de Michael Phelps que foi tetracampeão nos 200 metros medley, chegou a 14 medalhas olímpicas igualando-se a Larissa Latynina que atingiu essa marca entre 1956 e 1964. E aos 27 anos, Katie Ledecky ainda tem muito que competir. 

A nadadora, que ganhou fama vencendo os 800 metros livre aos 15 anos em Londres, 2012, com certeza terá uma longevidade nas piscinas. Ela detém as 18 das 20 melhores marcas nos 1500 metros e com certeza vai demorar a ser batida.

Katie Ledecky encerra a natação em Paris como sendo um dos nomes da competição. Com exceção da sensação León Marchand, dono da casa, as mulheres foram as grandes protagonistas da modalidade. Além de Ledecky, Summer McIntosh, de apenas 17 anos, já gravou seu nome conquistando 3 ouros e 1 prata. 

Foto: Christinne Muschi/The Canadian Press

Do lado oposto das idades, o destaque foi Sarah Sjöström, que bateu o recorde olímpico na prova mais explosiva da natação, os 50 metros livre aos 30 anos de idade.

Foto: Getty Images

O esporte feminino vem ganhando seu espaço, deixando de ser vitrine de musas para grandes heroínas, donas de feitos inigualáveis. Elas mostram que podem fazer bonito na performance, surpreendendo pelo desempenho e não pelas curvas.