Justiça pede arquivamento de processo contra seringueiros após acusação de suposto grileiro no Acre
Jovens foram espancados e acusados de serem invasores da própria terra. Grileiro acusador não comparece a audiência.
por Arison Jardim para Brigada Amazônia
Após acusação de invasão por um suposto grileiro, Justiça do Acre pede arquivamento de processo contra os jovens trabalhadores rurais e seringueiros Francivaldo Silva e Maurir Santos, da comunidade São Bernardo, em Rio Branco, no Acre. O fazendeiro Mozar Marcondes Filho não compareceu à audiência realizada nesta quarta-feira, 2, mostrando que os trabalhadores não estavam realizando nenhum crime.
Na última semana, a Brigada Amazônia, do Mídia Ninja, contou a história dos jovens que foram torturados e espancados por policiais militares, enquanto trabalhavam em sua terra. “O senhor Moza enviou quatro policiais, sem ter nenhum mandato judicial para retirar nós daquele local. Eles nos abordaram, me amarraram com minha própria blusa e levaram nós para a beirada da casa. Disseram que iam matar nós e perguntaram quais eram nossas últimas palavras de vida”, assim relatou Francivaldo.
O defensor Eugênio Araújo explicou que o arquivamento se deu, além da falta do acusado, porque “o promotor não verificando nenhum outro ilícito de ação de ordem pública incondicionada, pediu o arquivamento. Ele entendeu que, não havendo violência por parte dos apontados autores, seria caso de ação privada por parte do proprietário”.
Os jovens trabalhadores buscam agora a justiça contra a tortura que sofreram. Francivaldo e Maurir fizeram um boletim de ocorrência, contra os abusos dos policiais, mas o processo segue parado.
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