Justiça libera “Colômbia” por documentos falsos, mas ele segue preso por associação criminosa
Ele é suspeito de ser o mandante dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, em junho deste ano
Atendendo um pedido da defesa de Rubens Villar Coelho, conhecido como “Colômbia”, a Justiça Federal do Amazonas concedeu liberdade provisória ao comerciante. Ele é suspeito de ser o mandante dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, em junho deste ano. Mas, como pesa sobre ele também a acusação de associação criminosa por pesca ilegal, por ora, permanecerá preso.
“Colômbia” foi detido no dia 7 de julho, quando se apresentou à Polícia Federal porque portava carteira de identidade brasileira e documentos de nacionalidade peruana e colombiana, além de se identificar com nomes e sobrenomes diferentes. Na decisão recente, o juiz acatou o pedido da defesa que argumentou que ele tem “domicílio no local dos fatos, ocupação lícita e que não há justificativa para a manutenção da prisão atual”.
De acordo com reportagem de a Amazônia Real, em parecer, o Ministério Público Federal foi contrário à soltura, alegando que “a periculosidade do preso foi demonstrada” e que ele “responde a uma acusação de associação criminosa paralelamente (denúncia já recebida), sua identificação por documentos é múltipla (brasileira, colombiana e peruana) e que a instrução criminal carece da manutenção da prisão para aplicação da lei penal – risco de fuga elevado”.
À Amazônia Real, o superintendente da PF no Amazonas, Eduardo Fontes, disse nesta segunda-feira (10) que “Colômbia” foi preso em agosto por associação criminosa que se dedica à pesca ilegal. “Ele está preventivamente preso porque é líder dessa associação. Foi uma investigação da PF durante o caso Bruno e Dom. Pedimos a prisão preventiva de várias pessoas e isso foi decretado pela Justiça. É outro processo. Podem aparecer outros. Quantos crimes ele cometer vai ter um processo”, disse Fontes.
À Amazônia Real o MPF informou que, no dia 6 de outubro, apresentou recurso para a prisão seja novamente decretada. Também estão presos pelo crime de homicídios de Bruno e Dom Oseney da Costa Oliveira, o “Dos Santos”, irmão de Amarildo, e Jefferson da Silva Lima, o “Pelado da Dinha”.
Os outros cinco detidos por associação criminosa são parentes de “Pelado”, entre eles seu filho, Amarílio de Freitas Oliveira (conhecido como “Dedei”), preso em uma festa em Atalaia do Norte; seu cunhado, Laurindo Alves (conhecido como “Caboclo”), nomeado pela Prefeitura de Atalaia do Norte para ser a ponte entre poder público municipal e os pescadores da região; e seu irmão, Eliclei Costa de Oliveira, conhecido como “Sirinha”.
A Amazônia Real informa que os dois últimos nomes foram revelados em matéria da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), horas depois das prisões. “Sirinha” chegou a mentir em uma reportagem, dizendo que não acreditava no envolvimento de “Pelado” no crime.