Evento “Religiões contra o racismo” na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de São Benedito em Curitiba. Foto: Instagram Renato Freitas

A desembargadora Maria Aparecida Blanco do Tribunal de Justiça do Paraná anulou as sessões da Câmara de Vereadores de Curitiba que cassaram o mandado do vereador Renato Freitas (PT). Com a decisão, Freitas pode retomar seu mandato como vereador. Sua suplente, Ana Júlia Ribeiro, que tomou posse nesta segunda (4), teve o mandato suspenso.


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Renato Freitas foi cassado injustamente após duas sessões nos dias 21 e 22 de junho por ter participado de protesto contra a morte do congolês Moïse Kabagambe. Ele foi acusado de quebra de decoro parlamentar, durante um protesto pacífico contra o racismo realizado na Igreja Nossa Senhora do Rosário, na capital paranaense, em fevereiro de 2022.

A defesa do vereador havia questionado os prazos das sessões da Câmara, que não teriam respeitado as regras regimentais e, por isso, seria ilegal. Na decisão, a desembargadora concordou que “aparentemente houve desrespeito ao devido processo legal.”

“A defesa sempre confiou na Justiça Paranaense, posto que, conforme até mesmo alertado antes da realização da malfadada sessão, havia grave ilegalidade em convocá-la com tamanho açodamento e precipitação“, diz nota assinada pelos advogados Guilherme Gonçalves, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e Édson Abdalla.

“Essa atitude, ao lado de várias outras que foram presenciadas durante esse processo, revela que a condição do vereador – negro e de origem humilde – parecem ser mais decisivas para o desenrolar do processo do que os atos que o vereador cometeu”, conclui a nota.

Em postagem nas redes sociais, Renato Freitas comemorou a decisão e criticou a base governista que apressou os trâmites de seu processo na Casa.

“A sanha punitivista e racista que motivou os vereadores contra mim fez o presidente da Câmara e a base do prefeito enfiar os pés pelas mãos, mais uma vez”, escreveu.

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

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