O julgamento de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, réus acusados do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, está marcado para o dia 30 de outubro de 2024. O caso que se tornou um símbolo da luta pela justiça no Brasil, após anos de luta. Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, apontados como mandantes do crime, ainda não serão julgados dessa vez.

Ligia Batista, Diretora Executiva do Instituto Marielle Franco, reforça que o assassinato de Marielle e Anderson simboliza uma grave violência política relacionada a gênero e raça. Ela alertou que a impunidade em casos de crimes cometidos por agentes do Estado contribui para a repetição de atos violentos e a perpetuação do racismo e da homofobia no Brasil​

Contexto

Marielle Franco foi assassinada em 14 de março de 2018, enquanto voltava de um evento na Lapa, no Rio de Janeiro. O crime gerou grande comoção nacional e internacional, sendo considerado um ataque à democracia. A investigação levou à prisão dos ex-policiais Lessa e Queiroz em 2019, ambos apontados como os executores do crime​. Recentemente, o juiz Gustavo Kalil, responsável pelo caso, determinou que apenas os participantes diretos do júri compareçam ao tribunal.

Expectativas para o julgamento

Revelações sobre os mandantes: Embora Lessa e Queiroz sejam os réus principais, o julgamento pode trazer novas informações sobre possíveis mandantes do crime. A investigação já levou à prisão de pessoas apontadas como mandantes, como os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, além do ex-chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, que estão sendo processados no Supremo Tribunal Federal, por terem prerrogativa de foro privilegiado.

Impacto político: O caso Marielle é profundamente ligado ao contexto das milícias. A Polícia Federal aponta que a oposição de Marielle Franco em uma lei que privilegiava territórios de milícia, que, segundo a investigação, tinha influencia dos irmãos Brazão.

Apoio popular e mobilizações: O Instituto Marielle Franco, fundado pela família da vereadora, convocou um ato em frente ao tribunal para o amanhecer do dia do julgamento, às 7h, reunindo pessoas que buscam uma resposta firme e contundente no caso. E no dia 31 de outubro, data em que pode acontecer a definição da sentença, o Instituto realizará uma aula pública no Buraco do Lume, onde fica a estátua de Marielle. A expectativa é que ali mesmo a sociedade receba a notícia da decisão final sobre o julgamento.

Além do ato no Rio de Janeiro, mobilizações semelhantes estão sendo organizadas em outras cidades do Brasil​.