Juíza que mandou prender o reitor Cancellier é afastada pelo CNJ
A detenção indevida de um indivíduo durante a operação levantou suspeitas de negligência por parte da magistrada responsável pela prisão de Cancellier
A detenção indevida de um indivíduo durante a operação levantou suspeitas de negligência por parte da magistrada responsável pela prisão de Cancellier
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu afastar temporariamente a juíza Janaína Cassol, da 1ª Vara Federal de Florianópolis, de suas funções, após a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para investigar sua conduta durante a operação Match Point. A detenção indevida de um indivíduo durante a operação levantou suspeitas de negligência por parte da magistrada.
A prisão foi mantida pela juíza sem os documentos adequados registrados no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP), sistema eletrônico utilizado para monitorar ordens de prisão e liberação.
Segundo o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, a detenção do indivíduo por aproximadamente dez dias, mesmo após ter sido autorizado a ser solto por decisão judicial, causou transtornos consideráveis e a custódia desnecessária.
A juíza também esteve envolvida na operação Ouvidos Moucos, em 2017, que resultou na prisão temporária do ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier de Olivo, então investigado por participar de um suposto esquema de desvio de dinheiro.
Após a tragédia da operação Ouvidos Moucos, que culminou com o suicídio do ex-reitor 18 dias após a operação, o CNJ arquivou as investigações relacionadas à atuação da magistrada. Em uma decisão recente do Tribunal de Contas da União (TCU), foi concluído que não houve irregularidades no programa da universidade e nas ações de Cancellier. O ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou a intenção de investigar possíveis irregularidades cometidas por agentes federais durante a prisão do ex-reitor.