Juiz que agredia ex-esposa também gravava vídeos íntimos de outras mulheres
Valmir Maurici Júnior, da 5ª Vara Cível de Guarulhos, em São Paulo, está sendo acusado de abuso físico, sexual e psicológico
O juiz Valmir Maurici Júnior, da 5ª Vara Cível de Guarulhos, em São Paulo, está sendo acusado de abuso físico, sexual e psicológico contra sua ex-esposa, com quem era casado durante o período em que as agressões ocorreram. Novos vídeos e áudios que reforçam as denúncias foram divulgados recentemente e são parte da investigação em andamento pelo Ministério Público.
As provas, que foram obtidas com exclusividade pelo programa Fantástico, mostram o magistrado filmando outras mulheres com câmeras escondidas. As cenas foram entregues à polícia e estavam armazenadas em um cofre na residência do investigado.
“Quer morrer? Vai, frouxa. Vira para cá. Olha pra mim! Olha pra mim agora. Vai, senão vou dar na sua cara! Olha pra mim. Olha pra mim”, disse ele, conforme registrado pela vítima em seu celular.
A vítima também descreveu uma agressão que teria sofrido dentro de um carro em Boituva, cidade do interior de São Paulo. Segundo seu depoimento às autoridades, obtido pelo programa “Fantástico”, o magistrado começou a bater nela dentro do carro, dando socos, puxando seu cabelo e enforcando-a. Ela gritou por ajuda, mas o juiz segurou sua boca com uma mão e apertou seu pescoço com a outra.
A vítima relatou em seu depoimento que o juiz a ameaçava e a controlava, dizendo que ninguém a ouviria se ela gritasse por socorro e que ela era dele, tendo que fazer o que ele queria, do jeito que ele queria. “Esse relacionamento só vai acabar no dia em que eu quiser. O que você não entendeu?”, disse ele, segundo o depoimento da vítima.
Ela também explicou como conseguiu gravar a agressão: “Eu entrei em desespero, tentei me soltar, mas ele continuou me dando tapas e puxando meu cabelo. Eu implorei para que ele parasse, mas ele continuou. Então, em um momento, ele se afastou e eu consegui pegar meu celular e colocar para gravar”.
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A ex-esposa do juiz também entregou vídeos que gravou sem que o magistrado soubesse durante o tempo em que moravam juntos em Caraguatatuba, no litoral de São Paulo. Segundo informações apuradas pelo Fantástico, ela afirmou na delegacia que o juiz fazia filmagens íntimas dela sem o seu conhecimento e que isso também aconteceu com outras mulheres.
As filmagens de outras vítimas teriam sido feitas ao longo da última década e envolveriam dezenas de mulheres.