Jovens de três continentes desembarcam na COP30 para fazer ouvir sua voz climática
Eles apresentarão a Declaração do Sul Global, um documento que reúne propostas de jovens da América Latina, África e Ásia.
Em meio à crise climática que castiga com mais força o Sul Global, onze jovens líderes da América Latina, África e Ásia se preparam para desembarcar na COP30 com um recado direto: não há justiça climática possível sem que quem vive e protege esses territórios tenha poder real de decisão sobre o futuro do planeta.
Eles integram a missão global da Life of Pachamama, organização juvenil que conduz o programa Caminho para a Democratização do Sul. Foram seis meses de formação, com 10.748 participantes mergulhando em temas como liderança, diplomacia climática, comunicação estratégica e ação territorial. Deste processo coletivo emergiu o grupo que representará o Sul Global — jovens que se destacaram pelo compromisso com suas comunidades e pela capacidade de transformar lutas locais em pautas globais.
O resultado desse percurso é a Declaração do Sul Global, um documento que condensa as vozes, realidades e propostas de crianças, adolescentes e jovens de regiões historicamente excluídas das grandes mesas de negociação ambiental.
“Durante anos, o Sul foi visto apenas como vítima das mudanças climáticas. Hoje, esta delegação, composta por jovens da América Latina, África e Ásia, demonstra que somos um território, uma proposta e uma potência política”, afirma Juan David Amaya, diretor executivo da Life of Pachamama. “Não queremos um assento simbólico: exigimos que nossas decisões sejam levadas em conta na construção de um novo pacto climático”, completa.

A Declaração do Sul Global, aberta à assinatura de qualquer cidadão do mundo pelo site www.lifeofpachamama.org/declaratoria/, defende a participação plena, equitativa e vinculante dos jovens na governança socioambiental global. O documento também reivindica a proteção dos defensores ambientais, a descentralização dos processos de decisão e o acesso democrático à informação.
Na COP30, a delegação da Life of Pachamama levará essa mensagem a reuniões multilaterais, eventos paralelos e espaços de advocacy juvenil, representando milhares de jovens que, a partir de suas comunidades, defendem a vida e constroem um modelo climático justo, inclusivo e sustentável.
Num cenário internacional que historicamente silenciou as vozes do Sul, sua presença será mais do que simbólica: será um lembrete contundente de que o futuro do planeta não pode — e não deve — ser negociado sem o Sul. Ele precisa ser construído com o Sul.



