Jovens da Amazônia pedem que lutas sociais e ambientais estejam conectadas
O manifesto cobra a dignidade e a autonomia dos povos da Amazônia, em cima do conceito de “sociobiodiversidade”
Graziella Albuquerque, para a Cobertura Colaborativa NINJA na COP26
Nesta sexta-feira (5), a programação da COP26 foi dedicada à juventude e seu poder de transformação. Pois bem, além de tomarem as ruas de Glasgow em manifestação por justiça climática, representantes de vários países marcaram presença em diversos encontros. Jovens da Amazônia se reuniram em evento de pré-lançamento do “Manifesto Jovens Vozes da Amazônia para o Planeta (JVAP)”, que aconteceu no espaço do Climate Action Hub do Brasil.
Neste, os jovens sugeriram que é imprescindível que as lutas ambientais e sociais andem juntas, construindo uma economia que respeite os animais, as florestas, as mulheres e todos os demais atores sociais.
O JVAP é um documento no qual membros da Rede de Jovens Líderes em Áreas Protegidas e Conservadas da América Latina e Caribe (ReLLAC-J) juntamente com representantes de outras 47 organizações e coletivos atuantes na Panamazônia, expuseram suas percepções e expectativas.
A representante das juventudes amazônidas foi a ativista socioambiental, Hanna Balieiro. Integraram o debate, Val Jenessaure, indígena ativista, da região do Pará; Vitoria Pinheiro, colaboradora do Projeto Palmares e moradora da periferia em Manaus; e Karina, da região amazônica no Maranhão.
O manifesto foi elaborado com o propósito de defender e cobrar a dignidade e a autonomia dos povos da Amazônia, em cima do conceito de “sociobiodiversidade”. De acordo com os signatários do documento, 70% da população da região mora em cidades, compreendendo também residentes de outros países, que fazem parte da região amazônica. Outra parte são os povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas, e diversos outros.
Através dessa percepção de multiplicidade e diversidade amazônica, originou-se o termo “sociobiodiversidade”.
O conceito vem do fato que “os povos da floresta e urbanos, são múltiplos e com diferentes necessidades e costumes”, como foi dito por Vitória Pinheiro. O elo está na criação de uma narrativa que engloba diferentes formas e modos de vida diferentes, um desenvolvimento de maneira local que não perca a diversidade do meio social e do meio natural, construindo soluções através dos próprios moradores, de acordo com suas necessidades e especificidades.
Para saber mais sobre as organizações dos jovens, siga-os no Instagram:
Rellac Jovenes: @rellac_jovenes
Imapinguari: @imapinguari
Ame o Tucunduba: @ameotucunduba
Você pode assistir o encontro na íntegra, clicando aqui.