Na próxima quinta-feira (22), Jair Bolsonaro (PL) deverá prestar depoimento à Polícia Federal sobre a tentativa de golpe que envolveu políticos, militares e empresários, de acordo com as investigações. Para a PF, não há dúvidas de que Bolsonaro era o principal articulador.

A Polícia Federal encontrou outras evidências, como a gravação de uma reunião realizada em julho de 2022, na qual Bolsonaro convoca seus ministros para discutir estratégias para evitar uma derrota nas eleições.

Na ocasião, o general Augusto Heleno, então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), teria sugerido que medidas fossem tomadas antes mesmo do resultado eleitoral.

Nos escritórios do ex-presidente, a PF apreendeu um documento com teor golpista, sugerindo a decretação de um estado de sítio e a imposição da garantia da lei e da ordem no país. Na sede do Partido Liberal, sob comando de Valdemar Costa Neto, também foram encontrados documentos de teor golpista. Valdemar foi preso durante a operação por posse ilegal de arma e ouro sem origem declarada, mas que a investigação apontou ter origem em garimpo.

Enquanto aliados de Bolsonaro insistem que ele não expressou explicitamente a intenção de um golpe, a defesa do ex-presidente afirma que ele “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou das instituições que o pavimentam”.

De acordo com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, já há evidências suficientes para incluir Bolsonaro entre os principais investigados. Com a prisão de quatro militares de alta patente, além de 33 mandados de busca e apreensão cumpridos na Operação “Tempus Veritatis”, a PF fica mais perto de revelar o esquema golpista.