IV ENA mostra a importância da agroecologia para a sociedade
Acontece em Belo Horizonte desde 31 de maio o IV ENA – Encontro Nacional de Agroecologia, com povos de todo o Brasil.
“Estamos construindo outras alternativas no país. Nosso sistema alimentar depende do poder da agricultura familiar, camponesa, indígena, quilombola para alimentar o Brasil com comida de verdade. Esse momento chama atenção para a questão do abastecimento alimentar. São importantes os curtos circuitos de comercialização e o reforço da agroecologia”, disse Maria Emília Pacheco, do Núcleo Executivo da ANA – Articulação Nacional da Agroecologia, em Plenária das Mulheres no IV ENA – Encontro Nacional de Agroecologia.
O IV ENA acontece em Belo Horizonte, no Parque Municipal Américo Renné Giannetti no centro da cidade. A agroecologia é a agricultura feita à partir de uma perspectiva ecológica, de preservação, considerando não a maximização da produção, mas uma integração com processos agrícolas de maneira ampla, que considerem não somente o meio ambiente, mas o agroecossistema de forma completa, com os componentes socioculturais, econômicos, técnicos e ecológicos.
A agroecologia concentra saberes, populares e tradicionais, e o IV ENA traz estes conhecimentos de todo o Brasil para a capital mineira, com 2 mil pessoas de comunidades quilombolas, indígenas, povos tradicionais, agricultoras e agricultores, com muita cultura, culinária, arte e conhecimento em seminários, feira Saberes e Sabores, Espaço da Ciranda para as crianças, Espaço da Saúde, com a medicina tradicional e popular.
A troca de conhecimento é permanente no IV ENA, que mapeou Seis Biomas brasileiros – Pampa, Caatinga, Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal, que foram apresentados através de instalações artístico-pedagógicas em 16 tendas, além de espaços para debates sobre o litoral e as metrópoles. O Encontro pautou cerca de 32 experiências territoriais em agroecologia, e criou estas instalações para denunciar os impactos causados pelas corporações com suas obras e o agronegócio, além de mostrar as conquistas e a luta dos povos que praticam a agroecologia.
Com geodésicas, decorações típicas, e muita energia do campo, o Parque Municipal se transforma na casa de todo o Brasil agroecológico nestes 4 dias – 31 de maio a 3 de junho – e traz o acúmulo de lutas e vitórias do povo que quer plantar, mas sem destruir, e sim buscando renovar e preservar a natureza, sem deixar de alimentar o Brasil.