Itamaraty relança revista censurada sob Bolsonaro
“A revista surge não somente como uma voz de resistência aos cerceamentos enfrentados e um suspiro de resiliência às dificuldades vividas, mas também um clamor de retomada da política externa”, afirmou o chanceler durante o evento de lançamento
O Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, fez o relançamento de uma edição especial da revista Juca, organizada pelos alunos do Instituto Rio Branco. A publicação, que tem sido elaborada pelos estudantes desde 2006, passou por um período de interrupção durante o governo Jair Bolsonaro, em uma ação que levantou questões sobre a liberdade de expressão e a política externa do ex-presidente.
A edição recém-lançada reúne textos das turmas que não tiveram a oportunidade de publicar suas edições durante a gestão anterior, que, segundo relatos, teria buscado evitar artigos considerados inconvenientes para a política externa do ex-presidente Bolsonaro.
Vieira expressou sua gratidão e parabenizou os colegas que se mantiveram “altivos e engajados” na revista, ressaltando a importância do debate de ideias e a nobreza da democracia. “Aos leitores e demais colegas, lembro que o projeto do autoritarismo são as sombras e o silêncio, enquanto a nobreza da democracia são as luzes e o debate de ideias”, concluiu o chanceler.
Na apresentação da revista, o atual chanceler Mauro Vieira fez críticas contundentes ao que ele descreveu como “silêncio imposto aos jovens colegas” nos “quatro anos anteriores ao terceiro mandato” de Lula. Vieira destacou que a revista, ao unir seis turmas, não apenas ressurge após quatro anos de hiato (2019-2022) como uma voz de resistência, mas também como um clamor pela retomada da política externa.
“A revista surge não somente como uma voz de resistência aos cerceamentos enfrentados e um suspiro de resiliência às dificuldades vividas, mas também um clamor de retomada da política externa”, afirmou o chanceler durante o evento de lançamento.