Israel Katz, ministro das Relações Exteriores do governo de Israel, afirmou que o país não irá atender a decisão de cessar-fogo imediato do Conselho de Segurança da ONU, que aprovou nesta segunda-feira (25) o fim dos bombardeios israelenses no território palestino de Gaza. É a primeira vez que um país decide deliberadamente desobedecer uma resolução aprovada pelo Conselho nos últimos anos. Mais de 30 mil palestinos já morreram. De acordo com a UNICEF, 70% são crianças e mulheres.

O braço direito de Benjamim Netanyahu ainda disse que as Forças de Defesa de Israel continuarão atuando em uma operação militar de larga escala que atinge o último refúgio em Gaza, a cidade de Rafah, que abriga 2 milhões de palestinos, que também enfrentam o bloqueio de acesso de ajuda humanitária, sob ordem do governo de extrema-direita de Benjamim Netanyahu.

Israel também criticou os Estados Unidos por se abster da votação no Conselho de Segurança. O primeiro-ministro acusou a Casa Branca de abandonar sua “posição de princípio”. Essa foi a primeira vez que os Estados Unidos se abstiveram de uma resolução que pede o cessar-fogo imediato, após ter vetado todas as outras desde outubro de 2023.

Com a decisão, Israel fica mais próximo de ser condenado por genocídio pelo Tribunal Penal Internacional, em Haia, conforme denúncia da África do Sul, apoiada por 44 países diretamente, incluindo Reino Unido, Canadá, Brasil, Índia, China e outros.

ONU aprova cessar-fogo

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta segunda-feira (25) uma resolução de cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.

A resolução, feita por um grupo de dez países rotativos liderados por Moçambique, é a primeira que o conselho conseguiu aprovar sobre um cessar-fogo no território palestino.

Isso porque, embora as resoluções do Conselho de Segurança sejam juridicamente vinculativas, na prática acabam ignoradas por muitos países.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu que o governo israelense acatasse a decisão do conselho.