“Vai procurar um macho pra dar o rabo vai, sua puta”.

“Gostei do teu silicone”.

“Ela poderia fazer um protesto feminista com os peitos de fora que eu apoio”.

Comentários como esses são muito comuns nos perfis do Facebook, Twitter, Youtube e Instagram. No Whatsapp, conta que criamos esse ano, recebemos nudes e comentários bem mais gráficos e diretos. A medida que domingo, dia da eleição, se aproxima, as mensagens deste tipo que recebo nas redes só ficam mais frequentes e progressivamente mais pesadas. São mais de 10 por dia.

Não é só comigo. Os relatos de situações de intimidação, constrangimento ou ameaça fazem parecer que o medo virou instrumento para o convencimento político no Brasil.

Estudante que estava no banheiro da faculdade tem o banheiro invadido por um homem que tira uma foto dela. Militante do MTST que é constrangida por eleitor do Bolsonaro a parar de fazer campanha em seu bairro. Jovem lgbt que é abordado por homem que o ameaça de morte.

Não se enganem. Essas mensagens de assédio, que nada tem de lisonjeiras, são uma contra reação à um feminismo que se popularizou e fortaleceu. São provas diárias do porquê vamos eleger mais mulheres e combater essa cultura. Cultura que legitima esse tipo de assédio como “comportamento que deve ser esperado” dos homens. Não é. E nós não vamos nos calar mais.

O feminismo colocou 500 mil pessoas na rua em São Paulo e lotou as ruas de mais de 300 cidades no mundo todo, contra o fascismo e o machismo da velha política. Mostramos ao mundo que, não importa quem esteja na presidência em Brasília: nós não vamos ser silenciadas.

Somos mulheres e enfrentamos o medo do machismo, todos os dias, várias vezes ao dia.

Somos fortes!