Por Júlia Paschoalino Robert, para Cobertura Colaborativa Paris 2024

Natural de Dnipro, na Ucrânia, Iryna Ilyashenko é uma das treinadoras à frente da Seleção Brasileira de Ginástica Artística Feminina, que conquistou a medalha de bronze inédita na competição por equipes em Paris. Junto do compatriota Oleg Ostapenko, Iryna foi parte importante da evolução da ginástica brasileira, esporte que se confirmou uma gigante potência olímpica para o país com os últimos resultados.

A trajetória de Iryna com a ginástica brasileira começou em 1999. Após uma passagem da seleção brasileira por Kiev, a técnica aceitou o convite para assumir os treinamentos da equipe e mudou-se para o Brasil. 

No início dos anos 2000, treinando a seleção ao lado de Oleg, Iryna ajudou o país a subir ao pódio do campeonato mundial pela primeira vez. Em 2001, Daniele Hypólito foi prata na prova do solo e em 2003, no mesmo aparelho, Daiane dos Santos se tornou a primeira brasileira, entre homens e mulheres, a ser campeã mundial de ginástica.

A dupla ucraniana também esteve no comando da seleção brasileira quando o país conseguiu classificar a equipe feminina completa para competir nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, um feito inédito para a época.  A partir dessas conquistas, foi possível para a escola de ginástica do Brasil começar a figurar em um novo patamar no cenário internacional.

Após a volta de Oleg à Europa, Iryna se manteve no Brasil. Além da seleção, ela também é treinadora do Clube Cegin (Centro de Excelência em Ginástica do Paraná), em Curitiba. É lá que Iryna treina diariamente Julia Soares, caçula da equipe medalhista em Paris, desde que a ginasta tinha 4 anos. Competindo sua primeira olimpíada aos 18 anos, além de conquistar a medalha por equipes, Julia se classificou para a final da trave, terminando a disputa em sétimo lugar.

Atualmente, Iryna divide com o técnico Francisco Porath o comando da seleção feminina. Em entrevista ao jornal O Globo, ela comemorou a medalha olímpica inédita conquistada em Paris. 

“Essa medalha é muito importante porque é de equipe. Estou super feliz, eu já não sei se eu posso já aposentar, porque essa medalha foi um pique na minha carreira, com certeza”, afirmou a treinadora.

Além da conquista da equipe, a ginástica brasileira volta da França com mais três medalhas, das provas individuais disputadas por Rebeca Andrade: duas pratas, das provas de salto e individual geral, e um ouro, conquistado no solo. Esse conjunto de resultados faz da ginástica artística o esporte que mais trouxe medalhas para o Brasil em Paris, consolidando a história de uma modalidade que vem crescendo cada vez mais no país e espera ainda ser palco de grandes vitórias para os atletas brasileiros.