Com o objetivo de intensificar e qualificar a produção de alimentos saudáveis, através do uso de máquinas adaptadas para a agricultura familiar e camponesa, o consórcio nordeste, governo do estado do Rio Grande do Norte e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizam nesta sexta-feira, 02 de fevereiro, o Ato de Lançamento do Campo Experimental das Máquinas Chinesas. O ato acontecerá em Apodi, no Rio Grande do Norte e formaliza a chegada de 29 máquinas no país. Destas, 11 serão entregues ao MST no RN, Paraíba, Maranhão e Ceará, onde serão realizadas as testagens de eficiência das máquinas, nos diferentes tipos de solos e sistemas produtivos.

O acordo, que possibilitou a construção do intercâmbio e a chegada das máquinas, foi fechado entre brasileiros e a Universidade Agrícola da China e previa esse período de testes para identificar quais itens do maquinário se adaptam ao dia a dia da produção em território nacional. O objetivo, no futuro, é que os equipamentos sejam produzidos no Brasil.

A relação entre brasileiros e chineses tem se estreitado desde 2022. A parceria conta com apoio da Associação Internacional para a Cooperação Popular (AICP), da Universidade Agrícola da China, da Associação de Fabricantes de Máquinas Agrícolas e do governo federal, que oferece financiamento a partir do programa Mais Alimentos.

Primeiras agendas no Brasil

No último sábado (27), a delegação visitou a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema (SP), e participaram do Ato Político em Comemoração aos 40 anos do MST. Eles se somaram aos mais de 800 representantes de movimentos, organizações, partidos políticos, amigos e apoiadores da Reforma Agrária Popular. Além disso, estiveram presentes os ministros Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA); Silvio Almeida, dos Direitos Humanos e da Cidadania; Márcio Macêdo, secretário Geral da Presidência da República; Luiz Marinho, do Trabalho e Emprego; Cesar Aldrigues, presidente do Incra.

Nesta segunda-feira (29), uma delegação de professores da Universidade Agrícola da China e do MST foi recebida na Universidade de Brasília (UnB), no Distrito Federal. A atividade é parte dos esforços para construção do Centro Brasil-China de Pesquisa, Desenvolvimento e Promoção de Tecnologia para Agricultura Familiar.

A delegação foi recebida pela reitora da UnB, Márcia Abraão. Durante a visita, conheceram as estruturas da Universidade, em especial, a Fazenda Água Limpa (FAL), onde serão desenvolvidas as ações do Centro. Participaram da atividade o vice-reitor da UnB, Enrique Huelva, o diretor da FAL, Reginaldo Pereira, o ministro do Desenvolvimento Agrário Paulo Teixeira, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência Márcio Macedo, Henrique Carvalho, da Embrapa.

Além dos representantes do governo, Sérgio Sauer, coordenador do Centro de Pesquisa, Reinaldo Miranda, diretor da FUP-UnB. Yang Minli e Song Zhenghe, professores da CAU, também estiveram presentes na recepção da delegação.

O Centro de Pesquisa é parte da articulação da Associação Internacional para Cooperação Popular, Baobab, e a Universidade de Agricultura da China (UAC), que está desenvolvendo parcerias com a Universidade de Brasília e o MST nas áreas de bioinsumos e de maquinário agrícola para agricultura familiar.

Para Bárbara Loureiro, do setor de produção do MST, a visita serviu para destacar o papel da agricultura camponesa no combate à fome. “Precisamos produzir alimentos saudáveis em larga escala e, para isto, é necessário que se enfrente o tema das inovações tecnológicas”, afirmou Loureiro.