INSS alerta que pode paralisar atividades nesta quarta por falta de verbas
Em ofício enviado pelo órgão ao governo federal, Previdência afirma não ter verba nem para serviços essenciais
Nesta quarta-feira (7), o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pode paralisar as suas atividades essenciais por falta de verbas. O órgão vem alertando sobre falta de pessoal e de recursos desde o meio do ano. Neste mês, a situação chegou ao extremo, colocando em risco até mesmo os pagamentos de aposentadorias em dezembro.
Segundo o ofício obtido pela CNN, o órgão afirmou à Secretaria de Orçamento Federal que não tem verba para seguir operando. “A falta dos recursos causará grave prejuízo ao funcionamento desta Autarquia, ocasionando suspensões de contratos, a partir da próxima quarta-feira, dia 07/12/2022, bem como deslocamentos de servidores de forma imediata, impactando, consequentemente, no atendimento à população e na prestação dos serviços essenciais do INSS”.
A situação do INSS é resultado do corte no Orçamento Geral da União para o Ministério do Trabalho e Previdência pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). Dos R$ 225 milhões disponíveis para a pasta terminar o ano, o Ministério da Economia bloqueou R$ 211 milhões e deixou disponível apenas R$ 14 milhões até 31 de dezembro.
O bloqueio destas pastas, se somam ao corte de mais de R$ 1,65 bilhão no Ministério da Saúde e R$ 1,68 bilhão do Ministério da Educação (MEC). Só nas universidades e institutos federeais o corte é de R$ 344 milhões.
A paralisação deve afetar o funcionamento de agências, que podem até fechar. Além disso, deve haver suspensão de perícias, atrasos em pagamentos do INSS e interrupção de contratos com terceirizados.
O ofício foi encaminhado na sexta-feira (2) e é assinado pelo presidente do INSS, Guilherme Gastaldello, e com o assunto o “impacto das restrições orçamentárias no âmbito do INSS”.
O líder da oposição no Senado, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), classificou a situação como Bolsonaro entrega o governo como “absurda”. “Caos e descaso”, declarou.
https://twitter.com/randolfeap/status/1599940268090085376?t=pUI2CTe8jJmXLQLXS39MTQ&s=35
Situação orçamentária dramática
Em nota publicada nesta segunda-feira (5), o Ministério da Economia voltou a afirmar que “para cumprir o dispositivo constitucional do teto de gastos, a pasta foi obrigada a promover um bloqueio adicional nos limites orçamentários e financeiros de todos os ministérios”.
O Ministério da Economia alega que houve um aumento atípico e acima do esperado das despesas obrigatórias com benefícios previdenciários de R$ 9,2 bilhões na ótica financeira e de R$ 13 bilhões na ótica orçamentária.
Além disso, a anulação da Medida Provisória que postergava, para 2023 os efeitos da lei Paulo Gustavo, significou, na prática, a criação de uma despesa obrigatória extra de R$ 3,9 bilhões a ser paga ainda neste ano, sem indicação de fonte de recursos para fazer frente a esse gasto.
Segundo a Agência Estado, a pasta de Paulo Guedes realizou um bloqueio adicional de R$ 5,7 bilhões e o total de recursos congelados subiu para R$ 15,4 bilhões.
Além do Ministério da Educação e o Ministério da Saúde, que sofreram os maiores contingenciamentos da Esplanada, o Ministério da Defesa sofreu um bloqueio orçamentário de R$ 599,6 milhões, o Ministério da Ciência e Tecnologia, outros R$ 379,6 milhões, e o Ministério da Infraestrutura, mais R$ 349,4 milhões.
Com informações da CNN e Agência Estado
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