Indígenas são liberados após serem presos cortando bambu
Os indígenas relataram agressões física e verbais. Um deles teria recebido um chute na mão. O grupo também sustenta que foi ameaçado.
O advogado do Centro de Direitos Humano e Memória Popular de Foz do Iguaçu (CDHMP), Hernan Aguillera Carro, disse que os indígenas não têm condições pagar R$ 1 mil cada um. “Um dos índios sequer chinelo tem. Arbitrar qualquer quantia é exorbitante”, diz o defensor, que atua no caso conjuntamente com o colega Ian Martin Vargas, também do CDHMP.
Os indígenas vivem em uma área chamada Dois Irmãos (Mokoi Joegua), nos limites com o Refúgio Biológico da Itaipu. O local foi ocupado no dia 26 de janeiro de 2017 por famílias que deixaram a reserva do Ocoy, em São Miguel do Iguaçu, onde o espaço de 250 hectares é insuficiente para acomodar os cerca de 1 mil moradores. A condição leva, com frequência, grupos a saírem do Ocoy para buscar outras terras na região.
Cerca de 12 famílias vivem na área de Dois Irmãos. Os índios aguardam a legalização do espaço para a posse definitiva. Em 2017 a Justiça Federal acatou pedido do Ministério Público e estabeleceu um prazo de dois anos para a Funai fazer a demarcação da terra. Apesar da decisão favorável, a medida não foi cumprida e os índios vivem sob pressão constante para deixar o lugar.