Representantes das Terras Indígenas Curuá, Irinapane, Kuruatxe, Anapiwi e Siporo, na região do vale do Xingu, no estado do Pará, uniram-se em um protesto neste sábado (09) para enfrentar as preocupações crescentes e agir diante das condições alarmantes das escolas e da falta de infraestrutura educacional em sua região. Em um comunicado oficial dirigido às autoridades pertinentes, incluindo o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), o Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e a Norte Energia, as comunidades expressaram veementemente sua insatisfação com a derrubada de seus direitos.

Uma das medidas tomadas foi a retenção de uma embarcação a serviço da Norte Energia, visando chamar a atenção para suas demandas ignoradas. Além disso, os representantes indígenas enfatizaram a negligência da empresa terceirizada de empreendimento e a violação flagrante de seus direitos, conforme estabelecido na Convenção 169. O Consórcio Norte Energia é um grupo formado por diversas empresas envolvidas na construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

“Lamentamos o fato ocorrido, mas no momento foi a única forma que encontramos para sermos ouvidos”, informou a carta assinada por mais de 40 indígenas de cinco aldeias da região. Além da carta, as comunidades também gravaram um vídeo como denúncia a ser difundida pelas redes.


https://twitter.com/MidiaNINJA/status/1766919724074447174

O comunicado sublinha a urgência da tomada de providências para resolver os problemas enfrentados pelas comunidades, incluindo a suspensão das construções escolares e a melhoria das condições precárias das instalações já existentes. “Desde 2020 que a construção de algumas escolas da TI Kuruaya está parada e as crianças estão estudando em casas improvisadas. A que foi construída na TI Irinapane está em péssimas condições e não tem como as crianças estudarem na mesma”.

A carta cita que há acordos e pendências que precisam ser resolvidos com urgência e afirma que a terceirizada que atua na região viola os direitos das comunidades. Os indígenas exigem ser consultados previamente a qualquer iniciativa que afete seus direitos e seu modo de vida, reivindicando um processo justo e respeitoso.