
II Congresso Nacional de Mulheres Camponesas reúne mais de duas mil participantes em Brasília
Mulheres camponesas traçam novos caminhos de organização, resistência e autonomia na luta por um campo vivo e com justiça
O II Congresso Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) segue acontecendo na Granja do Torto, em Brasília (DF), reunindo mais de duas mil camponesas de todas as regiões do país. Iniciado na segunda-feira (13), o encontro se estende até esta quarta (15) e tem como lema “Existimos porque lutamos!” — um chamado à resistência e à organização das mulheres do campo, das florestas e das águas diante dos desafios políticos e sociais do país.
Durante três dias, o Congresso se consolida como um dos principais espaços de formação, articulação e celebração da luta camponesa, promovendo debates sobre soberania alimentar, agroecologia, feminismo popular e políticas públicas para o campo. As atividades incluem mesas de discussão, oficinas, apresentações culturais e a Mostra de Produção e Ciência das Camponesas, que destaca os quintais produtivos, as sementes crioulas e as tecnologias sociais desenvolvidas pelas mulheres em seus territórios.
Uma das inovações desta edição é o I Congresso da Infância Camponesa, que reúne filhas e filhos das participantes em um espaço educativo e lúdico, reafirmando o direito de crescer, aprender e brincar no campo. A iniciativa expressa o compromisso do MMC com a continuidade geracional da luta e com a construção de um campo vivo, produtivo e igualitário.
Com 42 anos de história, o Movimento de Mulheres Camponesas reafirma no Congresso um legado de conquistas — entre elas, o reconhecimento da profissão de trabalhadora rural, o salário-maternidade e a aposentadoria das mulheres da roça aos 55 anos. Mais do que um marco comemorativo, o encontro se consolida como espaço de projeção política, em que as camponesas definem novos rumos para a organização e a resistência no campo.