Homem do Norte | Ação e misticismo são os elementos que norteiam o novo filme de Robert Eggers
Filme teve estreia em 12 de maio nos cinemas
Por Aline Bilches / Operação Claquete
O “Homem do Norte” é um filme épico, inspirado na tragédia desenhada por Shakespeare – “Hamlet e a lenda viiking de Amelth”, que acompanha a jornada de um príncipe com sede de vingança.
O longa metragem se passa nos anos 914 D.C e apresenta Amleth vendo o seu pai – o rei Horvendill – ser brutalmente assassinado pelo seu tio.
Amleth se sente perdido ao perder as suas referências, seu pai assassinado por um ente familiar, sua mãe sequestrada por seu tio para cumprir a missão de servir ao rei como sua esposa, e ele tão jovem tendo de escapar do próprio destino de ser assassinado para minar as chances de ocupar o espaço que era de seu pai, o trono de Landnámsöld.
O menino que tão jovem passa por rituais de maturidade, foge do pacato reino e jura que voltará para vingar seu pai, salvar a sua mãe e matar o seu tio.
Anos se passam e Amleth se torna um viking imbatível, de coração frio, nada o atinge e o príncipe passa a saquear aldeias eslavas para sobreviver ao seu destino.
Em meio a sua jornada, Amleth conhece uma vidente que o relembra da última lágrima que derramou, aos prantos sobre quem amou, e o incentiva a cumprir a sua própria promessa de fuga: salvar sua mãe, matar o seu tio e vingar o pai.
A partir desse momento que a odisseia se desenrola, de forma sangrenta, intensa e apaixonante!
Como já se entende as peças de Shakespeare eram compostas de simbolismos, o que foi retratado na recriação da cultura nórdica épica vista no longa-metragem, que compôs um análise sobre a essência humana no ciclo da violência.
O filme não é mais um filme de ação, com uma tremenda autenticidade, o diretor Robert Eggers arrisca um mix de aventura com misticismo, trazendo em seu fio narrativo um desconforto pela brutalidade e falta de alívio, estratégia típica usada nos filmes de terror do mesmo diretor.
O diretor Robert Eggers saiu da zona conforto do terror, com uma identidade própria já conhecida por suas criações como “A Bruxa (2015” e “O Farol (2019)”, para se desafiar em um filme repleto de ação recriando a cultura nórdica e os vikings de forma impecável.
A produção custou entre 70 – 90 milhões de dólares e fez valer cada centavo gasto, com uma estética esplendorosa, cheia de detalhes à cultura e referências próprias do período que permitiu com que a produção atingisse um outro patamar de linguagem cinematográfica.
O roteiro teve participação de historiadores e arqueólogos, e esse refinamento é visto nos detalhes, os diálogos de um elenco escolhido de forma cuidadosa, cria uma atmosfera épica que se torna um espetáculo a quem assiste.