Foto: Agência Câmara

A CPMI do dia 8 de janeiro aprovou nesta quinta-feira a convocação do hacker ligado a Jair Bolsonaro e Carla Zambelli, dentre os inúmeros requerimentos de oitiva e quebras de sigilo que foram aceitos pela comissão na última reunião.

De acordo com a relatora Eliziane Gama, que solicitou a presença do hacker Walter Delgatti Neto, a oitiva dele “poderá auxiliar esta comissão a esclarecer como a Deputada Carla Zambelli atupu de modo a questionar a legitimidade do sistema eleitoral brasileiro de 2022”.

“Os fatos preparatórios dos atos do dia 8 de Janeiro de 2023 merecem atenção especial durante o processo de investigação”, afirmou Gama.

A Polícia Federal prendeu o hacker na última quarta por suspeita de invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça a mando de Carla Zambelli, que teria lhe oferecido R$ 13 mil reais em janeiro deste ano, depois da eleição do atual presidente Lula.

Carla Zambelli negou envolvimento com Delgatti Neto e se colocou à disposição do Judiciário e da Polícia Federal para esclarecer os fatos.

Depois de os agentes da PF cumprirem os mandados na casa de Zambelli, a deputada foi à público em coletiva realizada no Salão Oval, na qual confirmou o encontro do hacker com Bolsonaro no Palácio da Alvorada, contudo disse teria sido para tratar de uma “auditoria” nas urnas. O encontro ocorreu em agosto de 2022.

De acordo com Delgatti Neto, Bolsonaro perguntou se ele seria capaz de invadir as urnas caso tivesse acesso ao código-fonte dos equipamentos, mas o hacker ressaltou que nada foi concretizado. O hacker afirmou aos investigadores que somente teria acesso ao código-fonte das urnas eletrônicas dentro da sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que não tinha permissão para ir até lá.

O TSE autoriza o acesso antecipado aos sistemas eleitorais para fins de auditoria, porém, em um ambiente controlado e supervisionado pelo tribunal, visando garantir a segurança dos equipamentos.

CPMI aprova quebras de sigilo e convoca militar suspeito de pagar despesa Michelle Bolsonaro e Anderson Torres

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Após quase três horas de reunião preliminar entre membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro para tentativa de acordo, o colegiado reuniu-se oficialmente às 12h e acordou pela convocação de seis testemunhas, aprovou a transferência de sigilos, entre telefônico, telemático, bancário e fiscal

Entre as convocações, o sargento do Exército Luis Marcos dos Reis e o supervisor da Ajudância de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Luis Marcos dos Reis. A Polícia Federal apura um suposto esquema, no qual uma empresa teria enviado recursos oriundos de verba pública ao sargento, e este teria repassado para Michelle Bolsonaro.

Na semana passada, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) divulgou que empresa investigada por bancar despesas pessoais de Michelle Bolsonaro moveu 32 milhões de reais no primeiro quadrimestre de 2023.

Além das convocações, foram aprovados quase 30 requerimentos para quebra de sigilos telefônicos, telemáticos, bancários e fiscal, entre eles do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-chefe da Ajudância de Ordem de Bolsonaro.

A relatora requereu a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Mauro Cid de 2020 até hoje, no prazo de cinco dias úteis.

Também foram aprovados requerimentos de minutas extraídas do celular e outras provas referentes ao tenente-coronel Mauro Cid e de minuta encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que vai prestar depoimento à CPMI na terça-feira (8).

Fonte: Agência Senado