A polêmica envolvendo a denúncia contra o podcaster Monark, o deputado federal Kim Kataguiri e o comentarista Adrilles Jorge nesta semana tem reacendido o debate sobre a apologia ao nazismo no país. Desde 2019, diversos casos de crimes relacionados ao tema têm ganhado os noticiários e muitos outros ainda seguem omitidos país afora. Não à toa, nesses três anos, de janeiro de 2019 a maio de 2021, o crescimento de grupos neonazistas no Brasil cresceu 270,6%,

O dado é da antropóloga Adriana Dias, pesquisadora do neonazismo no Brasil desde 2002, que divulgou seu estudo em reportagem do Fantástico há 3 semanas. Ela mostra que existem pelo menos 530 núcleos extremistas, podendo chegar a 10 mil pessoas. Segundo a antropóloga, a maioria dessas pessoas se identificam como neonazistas e têm em comum o ódio contra feministas, judeus, negros e a população LGBTQIAP+.

Outra pesquisa, divulgada pelo Núcleo Investigativo da CNN, revela que só nos estados de Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina foram registradas 30 ocorrências policiais envolvendo apologia ao nazismo, nos últimos 11 anos. Os dados foram obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) com Secretarias de Segurança Pública. O estado do Paraná concentra o maior número de casos, representando 30% das ocorrências policiais. Na sequência, estão Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina.

Dados da SaferNet Brasil, que atua especificamente em ações contra violações contra direitos humanos na Internet, apontam mais de 9 mil denúncias anônimas de neonazismo no mundo, envolvendo 3.884 páginas, revelando uma migração considerável deste grupos para o meio digital.

No Brasil, conforme o artigo 20 da Lei 7.716, é crime fabricar, comercializar e distribuir símbolos para divulgação do nazismo.