Mauro Utida

Neste 7 de setembro, o Rio de Janeiro amanheceu com a faixa “Independência é um Brasil sem fome” estirada no Arcos da Lapa, região central. A frase marcou o mote da 28ª edição do Grito dos Excluídos com mobilizações contra à fome em diversas capitais do país.

Nesta data que marca os 200 anos da independência, a faixa denunciou o momento em que 33 milhões de pessoas passam fome no Brasil. “O cenário é resultado da política do governo Bolsonaro, que destruiu  políticas públicas de fomento à agricultura familiar e de segurança alimentar”, proclamou os organizadores do ato, que é formado pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e Movimento Unido dos Camelôs (MUCA).

Nesse dia, o MPA e MAB irão realizar ação de solidariedade para 500 pessoas no Morro dos Prazeres, e MTST e MUCA produzirão 250 quentinhas para população em situação rua na Cozinha Solidária da Lapa.

A 28ª edição do Grito dos Excluídos ocorre em um ano histórico em que o Brasil vai escolher que futuro deseja para seu povo. Por isso, os movimentos sociais saem às ruas para reforçar a necessidade de defesa e construção de um projeto popular para o país, em que as populações mais vulneráveis estejam, de fato, no centro de políticas de desenvolvimento.

Além do Rio de Janeiro, a Mídia NINJA também realizou a cobertura colaborativa do Grito dos Excluídos em diversas capitais do país. Confira algumas destas ações:

São Paulo

Distribuição de alimentos na praça da catedral da Sé abriu as atividades do Grito dos Excluídos em São Paulo. Foto: Guilherme Gandolfi @guifrodu

Na praça da Sé, em São Paulo, o ato iniciou com a distribuição solidária de um café da manhã para os moradores de rua do Centro da capital paulista. A mobilização reuniu cerca de 3 mil pessoas em uma manhã fria e chuvosa com a participação de igrejas, movimentos sociais e populares, sindicato e políticos progressistas, que se reuniram para gritar contra o fascismo e desmonte das políticas públicas. “Sem soberania e segurança alimentar não há país independente”, proclamavam.

Mais tarde, no Parque da Independência, durante a reinauguração do Museu do Ipiranga, o Levante Popular da Juventude e Movimento Sem Terra realizaram um protesto simbólico no Monumento à Independência, com as frases “Por um Independência Popular” e “Democracia Sempre: #ForaBolsonaro”.

Ação realizada no Parque da Independência durante a reinauguração do Museu do Ipiranga. Foto: Guilherme Gandolfi @guifrodu/Mídia NINJA

No Bicentenário da Independência, as organizações denunciaram os ataques à democracia feitos por Bolsonaro, que constantemente ataca os direitos do povo brasileiro. “Foi também uma ação pela defesa de uma “Independência popular”, capaz de resolver os problemas da população. Já que somente será possível ser um país soberano se conduzirmos nosso destino em direção ao bem-estar de todo povo brasileiro”.

A organização popular declara que é preciso uma grande mobilização nacional para derrotar o neofascismo nas urnas, nas ruas e nas redes sociais. “Só seremos independentes se construirmos um projeto popular e soberano em nosso país. O povo brasileiro deve ser protagonista das nossas transformações”.

Alagoas

Foto: @leo_koury / Mídia NINJA

Em Maceió, organizações populares e movimentos sociais saíram às ruas das periferias da capital de Alagoas para se manifestarem contra o atual cenário de fome. “O Grito tem como propósito dizer não a falsa ideia de igualdade e justiça social e a independência que não houve das forças produtivas do capital internacional”, declararam.

O Ato em Maceió também teve como mote “Vida em Primeiro Lugar”. Os participantes saíram da Virgem dos Pobres e seguiram em direção ao Santuário da Misericórdia de Maceió (Antigo Papódromo – local construído para receber o Papa João Paulo II), na Vergel do Lago.

Ato teve início na Virgem dos Pobres e seguiu em direção ao Santuário da Misericórdia de Maceió. Foto: Adriano Arantos @arantosfotografia

Agressão em Minas Gerais

Em Uberaba (MG), a candidata a deputada estadual pelo Partido dos Trabalhadores, Patrícia Melo, foi agredida durante o trabalho de campanha no centro da cidade. Ela e sua equipe foram vítimas de violência física e política por um homem que vestia uma camisa com o desenho da bandeira e carregava o próprio estandarte do Brasil. O Bolsonarista chutou um totem de Lula e ameaçou agredir a candidata pestista com um estilete.

Leia mais:

https://midianinja.org/news/28-grito-dos-excluidos-tem-manifestacao-por-todo-pais-neste-7-de-setembro/

https://midianinja.org/news/alarmante-fome-dobra-nas-familias-com-criancas-de-ate-dez-anos-nos-ultimos-dois-anos/

https://midianinja.org/news/a-fome-da-lucro-grandes-empresas-do-ramo-de-alimentos-lucram-com-o-aumento-da-fome-no-mundo/