Por Emergentes com informações de BBC News e Telesur

O Equador protesta há mais de uma semana, liderado pela Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE) para exigir reformas sociais e econômicas do governo de Guillermo Lasso, no contexto de uma economia atingida pela inflação e pelo desemprego.

https://twitter.com/CONAIE_Ecuador/status/1534938752103157761?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1534938752103157761%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fcdn.embedly.com%2Fwidgets%2Fmedia.html%3Ftype%3Dtext2Fhtmlkey%3Da19fcc184b9711e1b4764040d3dc5c07schema%3Dtwitterurl%3Dhttps3A%2F%2Ftwitter.com%2Fconaie_ecuador%2Fstatus%2F1534938752103157761image%3Dhttps3A%2F%2Fi.embed.ly%2F1%2Fimage3Furl3Dhttps253A252F252Fabs.twimg.com252Ferrors252Flogo46x38.png26key3Da19fcc184b9711e1b4764040d3dc5c07

As manifestações se concentraram inicialmente na região norte de Pichincha, que inclui a capital Quito e as vizinhas Cotopaxi e Imbabura. Mas na maioria das 24 províncias equatorianas houve algum tipo de mobilização.

Durante os dias de protesto, bloquearam estradas em várias partes do país. Os confrontos com as forças de segurança deixaram dois mortos e dezenas de feridos – entre manifestantes e policiais – e detidos até terça-feira, 14.

 

A resposta do governo Lasso foi decretar estado de emergência por 30 dias na noite de sexta-feira, 17, nas três regiões mais afetadas para garantir, disse ele, “a defesa de nossa capital e de nosso país”. A medida foi posteriormente estendida a outras províncias. Com este decreto, o Estado restringe o trânsito livre e permite que as autoridades implementem o “uso progressivo da força” para “neutralizar ações violentas”.

Com esta mensagem “conciliatória”, o governo equatoriano procurou limitar o avanço das manifestações, o que não teve sucesso.

Mais criminalização, união indígena

A Conaie, por sua vez, solicitou negociar a revogação do estado de emergência e a desmilitarização das zonas de assistência humanitária e da Casa da Cultura de Quito, tradicional ponto de encontro das organizações indígenas quando marcham para a capital e que tem sido o foco de intervenção policial devido a ameaças de “supostos materiais explosivos”, algo que nunca foi definitivamente verificado.

 

Nesta segunda-feira, 20, uma iniciativa de mais de 300 organizações da sociedade civil para promover o diálogo, com o apoio das Nações Unidas e da União Europeia, foi aceita pelo governo, mas recebida com condições pelas lideranças indígenas diante dos sinais de criminalização continuados por Lasso. A história apóia essas dúvidas: Leonidas Iza, coordenador da CONAIE e um dos protagonistas das manifestações, foi preso – e libertado em 15 de junho – por supostamente paralisar o transporte público ao bloquear uma via e pedir a radicalização dos protestos.