Nesta segunda-feira (22), o Greenpeace Brasil lança o projeto “Corre de Quebrada”, que visa fortalecer as redes de comunicação das regiões periféricas, promovendo, a partir da perspectiva da justiça climática, cultura e informação nestes espaços. Para dar visibilidade a essa iniciativa, uma página foi criada no site da organização, com informações sobre o projeto e divulgação de eventos culturais, como o Rap pelo Clima. O portal também direciona ao canal do Whatsapp, que trará conteúdos semanais e pretende se consolidar como um espaço para a construção de relacionamentos, troca de informações e compartilhamento de experiências entre quem faz parte dessa rede.

De acordo com pesquisa do Nexus, publicada no primeiro semestre de 2025, um em cada quatro brasileiros já viveu ou conhece alguém impactado por uma tragédia ou desastre ambiental, como enchentes e deslizamentos. Nas regiões historicamente vulnerabilizadas, os impactos se acumulam: enchentes que invadem casas, o calor extremo que adoece, o frio intenso que atinge a população em situação de rua, o agravamento da mobilidade urbana quando as ruas viram rios e a comida que falta à mesa. Segundo dados do IBGE, a população negra no país representa 73% da população periférica, sendo a população que mais sente os efeitos da emergência climática, nos territórios que menos recebem investimento público para conter todos esses riscos.

Para a coordenadora da Frente de Justiça Climática do Greenpeace Brasil, Leilane Reis, a iniciativa Corre de Quebrada é uma forma de conectar cultura e clima, e convidar a população para compartilhar suas experiências, saberes, se fortalecer em rede e potencializar as mobilizações no território, democratizando a luta pela justiça climática:

“Escolhemos construir esse caminho de aproximação a partir do diálogo com as comunidades e juventudes de localidades que estão entre as menos ouvidas e as mais vulnerabilizadas. Elas sentem os efeitos da emergência climática no cotidiano, mas, ao mesmo tempo, movimentam seus territórios com criatividade, coragem e cultura, expressando suas demandas e se fortalecendo como coletivo.”

Rap Pelo Clima

Na próxima terça-feira (23), o Greenpeace Brasil realiza em parceria com a Batalha da Matrix, tradicional batalha de MCs de São Bernardo do Campo, a segunda edição do Rap Pelo Clima no território. 

O intuito do Rap Pelo Clima, é incorporar a pauta da justiça climática e do racismo ambiental como temas na batalha e instigar os competidores a desenvolverem as suas rimas a partir de informações e das próprias vivências acerca da percepção da crise climática em contexto periférico.

“O Rap Pelo Clima é uma ação interligada ao Corre de Quebrada, mostrando que a cultura periférica é uma política viva e por meio desta cultura que se expressam linguagens, comunicam resistências, denunciam injustiças e fortalecem identidades. Esses são os caminhos para mobilizar, pertencer e transformar o território, sendo o ponto de partida da nossa aproximação”, finaliza Reis.