Governo Tarcísio quer cortar R$ 9 bi da educação pública de São Paulo
Conforme o texto do projeto, o governo argumenta que a mudança alinhará o estado de São Paulo ao mínimo de 25% previsto na Constituição Federal
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), encaminhou uma proposta à Assembleia Legislativa do estado na qual busca reduzir o investimento mínimo em educação de 30% para 25% do orçamento. A medida tem como justificativa o remanejamento de recursos da educação para a saúde, alegando um aumento constante nos gastos com saúde, em grande parte devido ao envelhecimento da população e avanços tecnológicos.
Conforme o texto do projeto, o governo argumenta que a mudança alinhará o estado de São Paulo ao mínimo de 25% previsto na Constituição Federal. No entanto, críticos, incluindo o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), protestaram veementemente contra a medida, alegando que essa decisão teria um impacto significativo na qualidade da educação no estado.
A presidenta do sindicato e deputada Professora Bebel (PT) expressou sua preocupação, afirmando que “esses 5% retirados da educação significam mais do que o Bolsonaro queria fazer lá em 2019 com as universidades e com todos nós da Educação Básica. Vai significar 9 bilhões de reais a menos na educação”.
Diante desses ataques à educação, a Apeoesp convocou um ato intitulado “Grito pela Educação Pública de Qualidade”, que reunirá professores, estudantes e movimentos sociais na Praça da República, no centro da capital, nesta sexta-feira, às 17h. O evento visa defender a educação pública, gratuita, inclusiva e de qualidade sob o slogan “Tarcísio, tire as mãos do dinheiro da Educação!”.
Lucca Gidra, presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (Umes), alertou que este é o maior ataque à educação no estado desde a reorganização das escolas em 2015, quando o governo anunciou o fechamento de milhares de salas de aula.
Além das questões relacionadas à educação, os manifestantes também expressaram sua insatisfação em relação à tentativa do governador Tarcísio de privatizar empresas estatais, como a Sabesp, o Metrô e a CPTM.