Na última quarta-feira (28), membros da Polícia Federal em Buenos Aires reprimiram o protesto de aposentados nas proximidades do Congresso Nacional, onde diversos setores se mobilizaram para rejeitar o anúncio do veto do presidente argentino Javier Milei à lei de aumento das pensões.

Usando escudos e cassetetes, os policiais lançaram gás lacrimogêneo contra os aposentados inscritos no Sindicato dos Aposentados em Luta (UTJL), que marcharam ao lado de organizações de esquerda.

“Jogaram gás nos nossos olhos. É uma loucura, muito triste”, lamentou um aposentado presente na manifestação sobre a atuação da polícia.

A concentração deveria continuar em direção à Plaza de Mayo, num protesto que faz parte de uma série de atividades que são realizadas todas as quartas-feiras devido à situação do setor previdenciário, mas que na última quarta ganhou maior popularidade como resultado do veto presidencial anunciado por Milei.

A representante da UTJEL, Ana Valverde, sustentou que o setor pretende que “o valor do bem mínimo seja igual ao da cesta de idosos, indexado mensalmente, e que hoje é calculado em 900 mil pesos”, conforme esclareceu na terça-feira (27) em diálogo com a Agência Notícias Argentinas.

Fotos: Santiago García Diaz

Valverde sublinhou que existem “milhões de aposentados” que ganham “à base de 225 mil pesos” e que isso não só significa estar “à beira da pobreza”, mas também os encontra mais próximos da “miséria total”.

Guillermo Oglietti, economista do CELAG, destacou que, do ano passado até este ano, os aposentados perderam 700 mil pesos, que podem chegar a 900 se as perdas continuarem a ser atualizadas mês a mês. “Não vemos a recuperação salarial de que o Governo fala”, disse.