Em um movimento que intensifica o confronto contra a classe trabalhadora e a comunicação pública, o governo de extrema direita liderado por Javier Milei apagou arbitrariamente as redes sociais e canais digitais da Rádio Nacional e da TV Pública, os principais veículos jornalísticos de comunicação pública do país.

A ação foi imediatamente condenada pelo Sindicato de Prensa de Buenos Aires (SiPreBa). As comissões internas, formadas por trabalhadoras e trabalhadores desses veículos, caracterizaram o ato como uma flagrante censura e uma intervenção sem a anuência do Congresso Nacional argentino. Segundo o sindicato, esta medida representa um ataque direto à liberdade de imprensa e ao direito da população à informação.

Em resposta a esses ataques, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) do Brasil expressou sua solidariedade incondicional aos jornalistas argentinos. A FENAJ declarou apoio à Federação Argentina de Trabalhadores de Imprensa (FATPREN) na defesa da comunicação pública e do livre exercício do jornalismo.

Escalada de censura

A decisão de apagar as redes sociais e canais digitais é vista como parte de uma série de ações do governo Milei contra a comunicação pública. Em março, o governo já havia anunciado o fechamento da Agencia Nacional de Notícias e Publicidade Télam, uma instituição com quase 80 anos de existência. A Télam desempenha um papel crucial no panorama midiático argentino, fornecendo conteúdo jornalístico em texto, áudio, vídeo e fotografias para centenas de veículos locais.

“Estamos profundamente preocupados com a escalada de censura na Argentina”, afirmou a FENAJ em comunicado. “A comunicação pública é essencial para a democracia e o governo Milei está colocando em risco o direito fundamental à informação. Nossa solidariedade vai para todos os jornalistas argentinos que estão enfrentando esse momento difícil.”