Governo Lula quer dar à CGU o poder de investigar irregularidades de militares em cargos civis
Corregedorias não possuem autoridade para investigar irregularidades cometidas por militares da ativa
Corregedorias não possuem autoridade para investigar irregularidades cometidas por militares da ativa
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva está empenhado em restringir a participação dos militares no governo e, para tal, discute a revisão do entendimento atual que impede a aplicação de processos administrativos disciplinares (PADs) nos órgãos em que militares ocupam cargos civis. Atualmente, as corregedorias nos ministérios, que estão ligadas à Controladoria-Geral da União (CGU), não possuem autoridade para investigar irregularidades cometidas por militares da ativa.
Em essência, a proposta é alterar um parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) publicado durante o governo de Jair Bolsonaro, que confere à própria força militar de origem do servidor a responsabilidade pela condução das investigações. De acordo com a norma atual, as autoridades civis devem informar ao Exército, à Marinha ou à Aeronáutica caso tenham conhecimento de alguma conduta imprópria cometida por um militar em cargo civil, e caberá às forças militares decidir se um processo administrativo disciplinar militar deve ou não ser instaurado.
Durante o governo de extrema direita de Bolsonaro, que registrou o maior número de militares ocupando cargos civis na história recente, houve discussões sobre a possibilidade de os integrantes das Forças Armadas serem tratados da mesma forma que os demais servidores no âmbito administrativo. Entretanto, essa ideia foi posteriormente abandonada.