Centenas de denúncias de abusos cometidos por militares também reforçaram a escolha pelo fim da iniciativa bolsonarista

Foto: Jonathan Campos/AEN

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou o encerramento do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, criado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). Sindicatos de professores, especialistas em educação e estudantes afirmam que o modelo representa atraso par ao sistema educacional do Brasil. Centenas de denúncias de abusos cometidos por militares também reforçaram a escolha pelo fim da iniciativa bolsonarista.

A decisão do Ministério da Educação afirmou em uma nota técnica que foi constatado desvio de finalidade das Forças Armadas, que passou a integrar o corpo docente dessas escolas. O Ministério da Educação identificou problemas de execução orçamentária no programa e considerou que os recursos financeiros poderiam ser mais efetivamente direcionados para outras áreas.

O encerramento do programa está programado para ocorrer até o final deste ano letivo, com a gradual retirada dos militares das escolas participantes.

“A manutenção do programa não é prioritária”, afirma a nota. “As características do Programa e sua execução até agora indicam que sua manutenção não é prioritária e que os objetivos definidos para sua execução devem ser perseguidos mobilizando outras estratégias de política educacional. Desaconselhamos que o Programa seja mantido”, conclui o documento obtido pelo Estadão.

Atualmente, cerca de 200 escolas em todo o país adotam o modelo de gestão compartilhada entre os ministérios da Educação e da Segurança Pública, proposto durante a campanha eleitoral de Jair Bolsonaro.